O governo do Tocantins e a Polícia Militar decidiram, na tarde desta segunda-feira (9), cumprir a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e desmontar o acampamento bolsonarista que está na frente do batalhão do Exército em Palmas. Durante a manhã a PM tinha adotado uma posição contrária, afirmando que grupo era pacífico e estava em uma área de jurisdição do Exército, apesar da ordem para desfazer os acampamentos em 24 horas.

Em uma nova nota enviada pelo governo e pela PM foi informado que uma operação será realizada nas próximas horas pelas forças de segurança. “A Polícia Militar do Tocantins, como instituição de Estado, vai cumprir todas as decisões judiciais das quais não cabem argumentos ou contestações”, diz a nota.

Devem participar a operação de desmobilização do acampamento homens da PM, Polícia Federal e Exército. A Guarda Metropolitana de Palmas também foi colocada à disposição pela prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB).

“A Polícia Militar do Tocantins está reunida neste momento com a Polícia Federal e o Exército para cumprir a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a dissolução total de acampamentos nas imediações de quartéis. A operação será realizada nas próximas horas pelas forças de segurança”, afirmou a PM.

Decisão do STF

Nesta segunda-feira (9) o ministro do STF Alexandre de Moraes publicou uma decisão determinando a dissolução total destes acampamentos em todo país no prazo de 24 horas.

O grupo de bolsonaristas em Palmas está mobilizado na área do 22º Batalhão de Infantaria do Exército. O acampamento conta com estrutura de tendas, mesas, banheiro químico e até gerador de energia.

Segundo a decisão, a operação deverá ser realizada pelas Polícias Militares dos Estados e DF, com apoio da Força Nacional e Polícia Federal se necessário, devendo o governador do Estado e DF ser intimado para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal.

A decisão de Moraes foi publicada depois que milhares de criminosos invadiram e vandalizaram os prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto. O grupo radical contou com caravanas do Tocantins, inclusive, com a presença de servidores públicos municipais de Palmas.

Apesar da PM tratar o acampamento como pacífico, agentes da Polícia Civil já foram hostilizados pelos manifestantes bolsonaristas e expulsos aos gritos. O fato aconteceu ainda em novembro de 2022 quando diversos protestos contra o resultado das urnas causaram bloqueio de rodovias em todo estado.

Reforço da segurança

Nesta segunda-feira (9) o governador informou que vai a Brasília (DF) participar da reunião de emergência convocada pelo presidente Lula (PT) com os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal. O encontro vai servir para definir ações de combate, prevenção e investigação dos atos violentos registrados na capital federal.

Ele determinou o reforço de policiamento em pontos estratégicos, como o aeroporto de Palmas e distribuidoras de combustíveis. Também colocou 35 homens à disposição para reforçar a segurança em Brasília (DF) após o ataque de bolsonaristas golpistas.

O objetivo do governo é agir preventivamente para evitar bloqueios e falta de combustíveis como foi registrado após às eleições de outubro. “Nossos homens e mulheres estão agindo preventivamente para debelar imediatamente qualquer foco de manifestação de forma como o que ocorreu ontem em Brasília, caso venham a surgir”, afirmou o comandante da PM, coronel Márcio Barbosa.

Bolsonaristas radicais invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, neste domingo (8), após entrar em confronto com a Polícia Militar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Os participantes de atos antidemocráticos estavam com pedaços de paus e pedras e depredaram os prédios dos três poderes da República até batalhões da polícia retomarem a Esplanada e a Praça dos Três Poderes em Brasília.

Durante a tarde o presidente Lula (PT) decretou intervenção federal na segurança do Distrito Federal. A intervenção está prevista para durar até o dia 31 de janeiro.

Lula deu uma coletiva para falar do decreto em Araraquara, no interior de São Paulo, para onde viajou no início da manhã para ver efeitos das intensas chuvas na cidade. O presidente determinou que o ataque terrorista seja apurado para que se chegue a quem financiou e coordenou os taques.

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