Reeducandas trabalham na revitalização da praça de Pedro Afonso
Reeducandas trabalham na revitalização da praça  de Pedro Afonso
Reeducandas trabalham na revitalização da praça de Pedro Afonso

Um projeto de ressocialização socioambiental que tem ajudado detentas da Unidade Prisional Feminina de Pedro Afonso-TO, a se integrarem na sociedade é um dos três finalistas da categoria Justiça e Cidadania do 22º Prêmio Innovare. A ideia de unir-se com as reeducandas para construir um jardim ecológico e uma horta no local veio da policial civil/agente penitenciária Cristiane Lacerda.

Em abril do ano passado, Cristiane teve a ideia de construir um jardim na frente do espaço onde funciona a Delegacia de Polícia e a Unidade Prisional Feminina, que tinha muito mato e era um deposito lixo, deixando o ambiente sujo e com aspecto de descuido. “Foi aí que decidi humanizar o local, utilizando materiais recicláveis, como garrafas PETs e pneus velhos”, conta a agente, que buscou ajuda do Professor Fabrício Rocha, mentor do projeto AMA – Amigos do Meio Ambiente, que já tinha realizado algo semelhante com seus alunos na revitalização de uma praça no município.

O projeto foi apresentando ao Juiz da Comarca de Pedro Afonso, Milton Lamenha de Siqueira, que, inicialmente, autorizou a participação de oito detentas do regime fechado a trabalharem fora da carceragem. Além do jardim na entrada da unidade prisional, as presas também revitalizaram uma horta.

Não se limitando apenas àquele local, o projeto se ampliou, e as reeducandas construíram um espaço semelhante no Batalhão de Polícia Ambiental. Elas também foram convidadas pela prefeitura do município a construir uma praça ecológica em Pedro Afonso, e um bosque em Tupirama, município vizinho.

Para Cristiane Lacerda, além da questão ambiental, o projeto favoreceu algo imensurável: o desenvolvimento pessoal das detentas. “Eu tinha que achar uma forma de ressocializar e incluir essas mulheres na sociedade. Hoje sinto que a autoestima delas mudou, e que elas têm vontade de mudar de vida. Apesar dos erros cometidos no passado, elas mostraram que podem mudar, e isso é muito gratificante”, relata.

A reeducanda G.D, 27 anos faz parte do projeto e conta o rumo positivo que sua vida ganhou. Condenada há dez anos e quatro meses por tráfico de droga, após o termino do cumprimento do regime fechado, teve autorização judicial para cumprir o restante da pena em regime aberto.  “Quero continuar participando de outras atividades ambientais para contribuir com o mundo melhor e mais bonito”, declara.

Outra reeducanda, V.B.S, 29 anos, condenada há treze anos e cinco meses por tráfico de drogas e associação ao tráfico, destaca a oportunidade que foi dada para socializar-se com novas pessoas e aprender a preservar o meio ambiente. “É um momento de mostramos para a sociedade que erramos sim, mas que podemos mudar através do nosso trabalho e da educação que aprendemos aqui dentro. Precisamos apenas que acreditem em nosso potencial de mudança e na capacidade do nosso trabalho”, comenta a detenta.

Prêmio Innovare

O Prêmio Innovare é o mais importante da justiça brasileira, criado para identificar, premiar e divulgar práticas inovadoras. Cristiane Almeida conta que ficou sabendo da XII edição da premiação, e decidiu inscrever o projeto “Ressocialização Sócio Ambiental”. Depois de concorrer com 244 inscritos, ele é um dos três finalistas na categoria Justiça e Cidadania. Os vencedores serão revelados dia 01 de dezembro no Supremo Tribunal Federal, em Brasília.

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