Foto: Site da Prefeitura de Dueré
O Município de Dueré tem o prazo de seis meses para realizar concurso público para provimento de todos os cargos efetivos vagos. A determinação é do Tribunal de Justiça do Tocantins, que manteve a decisão de 1º grau, em atenção aos pedidos postulados pelo Ministério Público do Tocantins, em Ação Civil Pública. Há quase 10 anos, o Município não realiza concurso público.
Conforme o promotor de Justiça Roberto Freitas Garcia, titular da 8ª Promotoria de Justiça de Gurupi, as investigações ocorreram no bojo de um Inquérito Civil Público, instaurado em 2018, o qual apurou a existência de 87 cargos efetivos vagos, no entanto, o Município prosseguia com contratações temporárias para atividades corriqueiras, a exemplo de motoristas, auxiliares administrativos e outros.
Diante de tais irregularidades, o MPTO chegou a propor Termo de Ajustamento de Conduta ao prefeito Valdeni Carvalho, mas o acordo não chegou a ser efetivado por falta de interesse do gestor, o que resultou no ajuizamento de Ação Civil Pública.
Em 2020, o MPTO obteve sentença favorável, obrigando a realização do concurso para provimento de todos os cargos efetivos vagos, inclusive ofertando cargos de assessor jurídico e contador.
O Município recorreu da decisão e o Tribunal de Justiça o  rejeitou o recurso, inclusive negou prosseguimento de mais um recurso, desta vez, para o Superior Tribunal de Federal, sob argumento da existência de entendimento consolidado pelo STF. Com isso, não cabe mais recurso e a decisão torna-se definitiva.
A Ação Civil Pública foi fundamentada no artigo 37, inciso II, da Constituição Federal,  que dispõe que a investidura em cargo ou emprego público depende de prévia aprovação em concurso público. Por esta razão, ao efetuar contratações temporárias de forma reiterada e indiscriminada,  não se prestavam a atender necessidade temporária de excepcional interesse público, o Município de Dueré estava burlando a regra constitucional em referência.
Comentários do Facebook
Artigo anteriorApós mais de 11 horas de diligência na Ilha do Bananal, Polícia Civil prende homem foragido do Mato Grosso por estupro de vulnerável
Próximo artigoEm carta, líder religioso de Araguaína declara apoio ao governador Wanderlei Barbosa