Diabetes / Divulgação

Roana Mello, 36 anos, jornalista e moradora de Poços de Caldas (MG), foi diagnosticada com diabetes tipo 1 na adolescência. Na época, a mãe, que também é diabética, reparou que a garota estava bebendo muita água e a levou para fazer exames, que indicaram um nível de glicemia elevado, mesmo em jejum. O diabetes tipo 1 ocorre quando o pâncreas não produz insulina, hormônio que controla o açúcar no sangue, e acomete cerca de 10% das pessoas com a condição.

Roana teve de ficar internada por uma semana para normalizar a glicemia e regular a quantidade de insulina. Depois, iniciou tratamento contínuo com a substância, sem receber orientações sobre cuidados específicos envolvendo possíveis complicações. Após alguns anos, ela começou a enxergar pontinhos e manchas pretas na visão e foi ao oftalmologista. O médico a tranquilizou, dizendo que não precisaria fazer nenhum tratamento por ora, e não trouxe a possibilidade do sintoma ter relação com o diabetes. Depois de algum tempo, no entanto, o problema piorou. Roana procurou outro oftalmologista, que conduziu um exame de mapeamento retina – popularmente conhecido como exame de fundo de olho – e constatou que ela estava com uma forma avançada da retinopatia diabética, conhecida como edema macular diabético.

“A retinopatia diabética é uma complicação crônica do diabetes, caracterizada por lesões vasculares na retina, como microaneurismas e hemorragias”, explica a Dra. Paula Roberta Ferreira Louzada, médica oftalmologista, chefe do setor cirúrgico do Hospital de Olhos Santo Antônio – Sergipe e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Os sintomas podem incluir visão turva, manchas escuras na visão e dificuldade em enxergar à noite. O edema macular diabético (EMD), por sua vez, é uma complicação ocular da retinopatia diabética, caracterizado pelo acúmulo de fluido na região central da retina, conhecida como mácula, que é responsável pela visão central. “O EMD geralmente ocorre devido a danos nos vasos sanguíneos da retina causados pela hiperglicemia crônica. Os principais sintomas incluem visão embaçada ou distorcida, diminuição da acuidade visual e mudanças na percepção das cores”, afirma a médica. Cerca de 21 milhões de pessoas em todo mundo vivem com a EMD, uma das principais causas de perda de visão entre adultos em idade ativa.

Após o diagnóstico, Roana foi transferida para um hospital oftalmológico e passou por uma série de tratamentos ao longo dos anos, incluindo cirurgias, terapias a laser e aplicações intra-vítreas, na qual são injetados medicamentos dentro da região afetada nos olhos. Roana perdeu a visão do olho direito, mas o tratamento preservou a visão do olho esquerdo até o momento. A jornalista, que hoje é membro da Associação de Diabéticos de Poços de Caldas, acredita que poderia ter evitado a gravidade do problema se o diagnóstico viesse mais cedo – e se houvesse um maior conhecimento de toda comunidade médica sobre as complicações do diabetes. “Se eu tivesse tido uma instrução melhor sobre diabetes, provavelmente eu não teria problema de edema macular hoje. Ou, se tivesse, seria mais simples de tratar, não tão grave quanto está atualmente”, afirma.

“É fundamental disseminar informações acessíveis sobre as possíveis complicações e os riscos associados ao diabetes”, afirma a Dra. Louzada. “Uma educação de qualidade ajuda os pacientes a entenderem a importância do controle da glicemia, do acompanhamento médico regular e da adoção de um estilo de vida saudável, contribuindo para que reconheçam os sinais precoces de problemas oculares e busquem tratamento adequado”, explica. Pensando nesse cenário, a Roche lançou o Portal Tipo Você, que disponibiliza conteúdos informativos e educativos sobre a condição, para que pacientes e familiares aprendam e aperfeiçoem o gerenciamento do diabetes.

A Dra. Louzada alerta que o edema macular diabético, quando não tratado ou tratado de forma inadequada, pode causar cegueira irreversível – e que os casos da doença devem aumentar nos próximos anos. “Com o aumento da expectativa de vida da população haverá um aumento de pessoas diabéticas e de tempo de doença nessas pessoas, aumentando ainda mais as chances de desenvolvimento de edema macular diabético”, contextualiza. A médica ressalta que, atualmente, o tratamento é personalizado e existem diversas opções terapêuticas disponíveis para controlar a progressão da doença, mas reforça que o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de preservar a visão. “É importante realizar exames oftalmológicos regulares, mesmo na ausência de sintomas, para detectar e tratar precocemente possíveis alterações na retina”, afirma.

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