Vem sendo compartilhado no aplicativo WhatsApp um vídeo gravado por um homem não identificado que faz insinuações falsas sobre o processo eleitoral. O autor da gravação afirma que a urna eletrônica registra o que quer e que a contagem dos votos é feita de maneira secreta.

Fato ou Boato?

A checagem feita pela Agência Lupa atestou a falsidade das alegações. Ao contrário do que é dito na filmagem, a urna eletrônica é programada para registrar de forma automática todos os votos digitados e confirmados pelo eleitorado. O sistema não é capaz de alterar, adicionar nem subtrair votos.

Além de guardar os números digitados pelas eleitoras e eleitores, a urna também registra outros eventos da votação como a hora da inserção de cada voto. Essas informações, que ficam gravadas em um arquivo de log, podem ser verificadas por entidades legitimadas a fiscalizar o processo eleitoral e comparadas com as atas das seções eleitorais, por exemplo. Vale reforçar que o sistema eletrônico de votação passa por várias etapas de auditoria antes, durante e após as eleições.

Um dos mais importantes deles é o Teste de Integridade, que ocorre no mesmo dia do pleito e tem o objetivo de averiguar se o voto digitado foi realmente contabilizado pela urna eletrônica. Na data do pleito, das 8h às 17h, na mesma hora em que ocorre a votação oficial, os números anotados em cédulas previamente preenchidas são digitados, um a um, em urnas eletrônicas sorteadas. Paralelamente, os votos em papel também são registrados em um sistema de apoio à votação, que funciona em um computador.

Concluído o teste, às 17h, o resultado é apurado na urna eletrônica e confrontado com o obtido através da apuração manual. Essa comparação é feita com o intuito de aferir se o voto eletrônico funcionou adequadamente e se os votos em papel, digitados na urna, foram os mesmos registrados pelo aparelho. O procedimento é filmado e transmitido ao vivo pelo canal de diversos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) no YouTube.

Confira o passo a passo do Teste de Integridade.

Contagem não é secreta

A suposta contagem “secreta” é outro boato antigo propagado pela gravação. Mas, ao contrário do afirma o homem, a totalização (soma dos votos) não é feita de forma sigilosa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em agosto, influenciadoras e influenciadores digitais conheceram a sala de totalização do TSE e descobriram que local é muito diferente do que é descrito em notícias falsas que povoam a internet.

Em verdade, a apuração dos resultados é feita automaticamente pela urna eletrônica logo após o encerramento da votação. Nesse momento, a urna imprime, em cinco vias, o Boletim de Urna (BU), que contém a quantidade de votos registrados na urna para cada candidato e partido, além dos votos nulos e em branco.

Uma das vias impressas é afixada no local de votação, visível a todos, de modo que o resultado da urna se torna público e definitivo. Vias adicionais são entregues aos fiscais dos partidos políticos. São essas mesmas informações (contidas no BU) que são encaminhadas por meio de uma rede exclusiva para a totalização no TSE, onde são checados e somados por um programa, que realiza o processo de forma automatizada.

Desde 1996, ano em que as urnas eletrônicas foram adotadas pela Justiça Eleitoral, o resultado final divulgado pelo TSE sempre correspondeu à soma dos votos de cada um dos boletins de urna impressos em cada seção eleitoral do país.

Conheça detalhes sobre o funcionamento do sistema de totalização.

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