Foto: HGP

“Dia 13 de agosto deste ano fez 10 anos que eu fui inserido na fila para fazer uma cirurgia no joelho e até hoje eu aguardo. Sinto muitas dores durante meu trabalho, mas não posso parar, porque sou quem sustenta a casa. Hoje vim para uma consulta e o médico me deu a previsão de que farei a cirurgia no próximo sábado. Estou feliz com esta possibilidade”. O depoimento é do serralheiro Welton Brito, morador de Palmas, que foi atendido dentro do credenciamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), que realizará 933 cirurgias ortopédicas, de pacientes que estavam a mais de dois anos aguardando um procedimento no Tocantins.

Assim como Welton, Lucivânia Pereira Borges, moradora de Paraíso do Tocantins, aguarda uma cirurgia há 10 anos. “Em 2012 levei uma queda dentro de casa e adoeci do joelho, de lá para cá as coisas nunca melhoram e minha cirurgia nunca saiu. Espero em Deus que desta vez a avaliação resulte nos exames e na cirurgia”, afirmou.

“Em 2015 eu tive um acidente de moto e na época passei por tratamento no braço, fiz algumas cirurgias e ficou faltando uma na perna. De lá para cá eu aguardo. Felizmente consegui ser encostado pelo INSS, pois eu não consigo trabalhar. Agora eu espero resolver meu problema e voltar a ter uma renda melhor”, contou Valdir Pereira, morador de Miranorte.

Além dos três personagens desta matéria, mais de 1.200 pacientes estão na fila à espera de uma cirurgia ortopédica, no Tocantins. “A demanda por cirurgia ortopédica é a maior que temos, causada por uma série de fatores: a lotação dos hospitais que trabalham mais em urgências e emergências, ocasionadas na maioria das vezes, por falta de educação no trânsito e pelos dois anos de paralisação das cirurgias em decorrência da pandemia pela Covid-19”, explicou o titular da SES-TO, Afonso Piva.

Para resolver os problemas de quem está há anos esperando por este tipo de procedimento, o Estado do Tocantins tem em execução o Programa de Aprimoramento da Gestão Hospitalar (PAGH-Cirúrgico), o Opera Tocantins, que promove cirurgias fora do expediente das equipes e abriu credenciamento para contratar empresas especializadas em ortopedia.

“Temos equipes técnicas qualificadas e comprometidas, que já realizaram mais de 5.500 cirurgias eletivas em 2022,  mas infelizmente as unidades hospitalares estaduais não conseguem atender a demanda de urgências e as eletivas reprimidas. Debatemos com o Ministério Público Estadual, a Defensoria Pública e o Judiciário e montamos o processo de credenciamento, que esta semana já começou a atender nossos pacientes”, acrescentou Piva.

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