O Tribunal do Júri absolveu dois dos acusados de participar do assassinato da professora Isabel Barbosa Pereira. Apenas um dos réus foi condenado. O julgamento começou na manhã de quarta-feira (27) e só terminou na madrugada desta quinta-feira (28), por volta das 5h. O crime aconteceu em 2009, quando a vítima foi estuprada e morta.
Segundo a sentença, os jurados decidiram absolver Vilmar Martins Leite, de 87 anos, e Clenio da Rocha Brito, de 60 anos pelos crimes de homicídio e estupro.
Já Jenner Santiago Pereira, de 50 anos – o único que não compareceu ao julgamento – foi condenado a 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em relação ao crime de homicídio triplamente qualificado. Ele é considerado foragido. Os jurados consideraram que o crime foi cometido mediante paga ou promessa de recompensa, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ao todo, 10 pessoas foram acusadas pelo crime, sendo que cinco já haviam sido condenadas e duas absolvidas.
Veja quem foi condenado e absolvido:
Sérgio Mendes da Silva (Marido da vítima) – Condenado
Wagner Mendes da Silva (irmão de Sérgio) – Condenado
Roseli Francisco Alves da Silva – Condenado
Anderson de Araújo Souza – Condenado
Ronaldo Espíndola – Condenado a 22 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado e estupro.
Antônio Batista da Silva Filho – foi absolvido pelos crimes de homicídio qualificado e estupro.
Ronisley Mendes da Silva – foi absolvido pelos crimes de homicídio qualificado e estupro.
Clenio da Rocha Brito – absolvido pelos crimes de homicídio qualificado e estupro;
Vilmar Martins Leite – absolvido pelos crimes de homicídio qualificado e estupro;
Jenner Santiago Pereira – condenado a mais de 21 anos pelo homicídio qualificado e absolvido por estupro.
O julgamento foi realizado no Fórum de Xambioá e mais de 20 testemunhas, entre defesa e acusação, foram arroladas. O crime ocorreu há 13 anos e, segundo as investigações, foi resultado de uma trama política envolvendo o ex-marido da vítima e um grupo que disputava a prefeitura da cidade na época.
Segundo a denúncia do MPE, os réus que foram julgados nesta quarta-feira teriam participado do planejamento do assassinato e da contratação dos executores.
O advogado de Clênio da Rocha Brito e Vilmar Martins Leite já havia falado que confiava na absolvição dos clientes. “Não há uma prova, uma sequer, uma mínima prova capaz de conduzir os senhores jurados a condenar os réus”, disse o advogado Wendel Araújo. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Jenner Santiago Pereira.
“São 13 anos que a minha família luta e espera por este dia, lutando para que esse crime não prescrevesse e que os que realmente mandaram fazer, planejaram e projetaram tirar a vida da minha irmã, de uma forma tão bruta, para que a justiça seja feita”, disse a irmã da vítima, Celma Barbosa.