Foi preso na manhã desta quinta-feira, 1º, em Balneário Camboriú (SC), C.A.P.O., 30 anos, investigado pela prática de furtos eletrônicos mediante a utilização de cartões de crédito clonados, dados de terceiros e documentos de identidade falsificados, entre outros crimes. A prisão, coordenada pela Polícia Civil do Tocantins com apoio da Polícia Civil catarinense, ocorreu em cumprimento de mandado de prisão preventiva
A prisão é um desdobramento da Operação Fake Card, deflagrada pela Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC – Palmas), em abril de 2023, em decorrência de investigações iniciadas assim que a unidade especializada tomou conhecimento dos delitos. “Uma das vítimas revelou ter sido contatada por inúmeros lojistas, de todo o país, que a indagaram sobre mercadorias (algumas de cunho luxuoso) adquiridas com seus dados pessoais, o que foi prontamente refutado e chamou sua atenção para possíveis práticas criminosas realizadas às suas custas”, explicou o delegado titular da DRCC – Palmas, Lucas Brito Santana.
Operação
C.A.P.O. é o principal suspeito das práticas criminosas. Em abril do ano passado, foram cumpridos dois mandados de busca domiciliar em imóveis vinculados ao suspeito, que se encontrava em um dos endereços. No local foram apreendidas dezenas de itens de procedência suspeita, tais como mercadorias adquiridas com cartões e dados de terceiros (inclusive joias e outros bens de luxo), notas fiscais de objetos em nome de vítimas, documentos notoriamente falsos constando dados de vítimas (empregados para aquisições fraudulentas e abertura de contas bancárias), cartões bancários, telefones celulares (alguns utilizados especificamente para as práticas fraudulentas), chips telefônicos (SIM Cards) e outros.
Na ocasião, também foram encontradas, em condição de armazenamento, diversas substâncias entorpecentes, sendo mais de trinta pinos plásticos contendo cocaína, porções de crack, comprimidos de ecstasy, frações de maconha, pílulas contendo material similar a insumo para composição de drogas, além de petrechos para fracionamento e utilização, como balança de precisão, pequenos tubos plásticos, dichavador, isqueiros e quantia em espécie.
O suspeito foi preso em flagrante por tráfico ilícito de drogas, tendo sua prisão, naquela oportunidade, convertida em preventiva pelo Poder Judiciário.
Reiteração criminosa e nova prisão
“Meses depois, ao ser colocado em liberdade, ele retornou sem hesitação às empreitadas delituosas, tornando a empregar documentos falsos e dados da mesma vítima, no intuito de adquirir artigos de luxo em lojas virtuais”, informou o delegado.
Diante da reiteração criminosa, a autoridade policial representou pela prisão preventiva do indivíduo, prontamente deferida pelo Poder Judiciário. “Após o compartilhamento de informações, ele foi preso nesta data em Balneário Camboriú, por agentes da Polícia Civil de Santa Catarina. Na ocasião, um outro indivíduo foragido da justiça catarinense que estava em companhia de C.A.P.O. também foi preso”, informou o delegado.
Após os procedimentos legais cabíveis, ambos foram encaminhados para uma unidade prisional local, onde C.A.P.O. permanecerá à disposição da justiça tocantinense.
O inquérito policial já foi finalizado e C. A. P. O. foi indiciado por furto mediante fraude (por meio de dispositivo eletrônico/informático), estelionato mediante fraude eletrônica, falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento público falso e falsa identidade. O procedimento foi remetido ao Poder Judiciário, com vistas ao Ministério Público Estadual.
Balanço
Ao fazer um balanço do ano de 2023, o delegado Lucas Brito Santana ressaltou que as ações de repressão às infrações penais cometidas em meio virtual, apesar do crescimento exponencial de tais ocorrências, foram extremamente exitosas ao longo do ano, resultando em sete prisões (entre provisórias e flagranciais), cumprimento de 44 mandados de busca domiciliar e no indiciamento de 38 indivíduos por delitos similares, além da apreensão de dezenas de dispositivos eletrônicos, de produtos/proveitos criminosos e bloqueio de valores em contas de investigados.