Uma influenciadora digital foi indiciada pela Polícia Civil em Palmas após realizar sorteios pela internet vendendo rifas por centavos. Segundo a Polícia Civil, em apenas uma das ações ela chegou a arrecadar R$ 129 mil em 45 dias.

Segundo a polícia, essa prática se enquadra como o crime de praticar loteria não autorizada. O caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia Especializada no Combate a Crimes de Menor Potencial Ofensivo – 2ª DEIMPO de Palmas. O nome da indiciada não foi divulgado e por isso o g1 não conseguiu contato com a defesa.

A polícia informou que a mulher estava enriquecendo pelo elevado retorno financeiro do esquema criminoso. A influenciadora aproveitava uma plataforma eletrônica para vender as rifas digitais. Ela fez pelo menos sete ações em que realizou sorteios de quantias em dinheiro, vendendo as rifas por R$ 0,11; R$ 0,22, R$ 0,23 e R$ 0,54.

“A investigada se valia dos muitos seguidores digitais de que dispunha em suas redes sociais para efetivar as vendas e realizar os sorteios periódicos dos prêmios em dinheiro. Inclusive se valeu do apoio de uma influencer, que lhe disponibilizou, também eletronicamente, centenas de outros seguidores dispostos a adquirir as referidas rifas” informou o delegado Diego Camargo.

Essa prática é considerada uma contravenção penal, que é um crime de menor potencial ofensivo, porque não há autorização dos órgãos responsáveis por controlar a atividade lotérica no Brasil. A pena prevista é de prisão simples de até dois anos e pagamento de multa.

Ainda segundo a polícia, como as rifas tinham preços irrisórios, cada vez mais ela ganhava mais apostadores sem despertar a atenção das autoridades. A prática, inclusive, tem se tornado cada vez mais frequente nas redes sociais.

“Como a investigada divulgava os sorteios apenas em suas redes sociais, ambiente no qual constam inscritos, atrelados ao seu perfil, mais de seiscentos mil seguidores, e a aquisição dos bilhetes da rifa digital era demasiado fácil, seja por seu valor unitário, seja pela dinamicidade com que a operação era realizada, não houve, a princípio, questionamento sobre a sua validade, o que somente ocorreu quando se evidenciou o montante pecuniário arrecadado com cada operação”, disse o delegado.

Denúncias sobre o comércio ilegal de rifas digitais podem ser feitas para a 2ª DEIMPO de Palmas pelo número 3571-8266.

Como funciona o esquema

A Polícia Civil informou que os sorteios são cadastrados em uma plataforma digital em que são disponibilizados ao ganhador dinheiro ou bem (celular, carro e outros). O esquema é feito com uma espécie de “casadinha”, onde quem adquire mais rifas ganha certa quantia em dinheiro.

Em uma conta fácil, se são vendidas as 100 mil rifas a preço irrisório de R$ 0.23 centavos, o operador arrecada R$ 23 mil, dos quais serão retirados, por exemplo, R$ 3 mil para o ganhador. Outros R$ 247 são pagos para cadastrar a rifa na plataforma e o restante, R$ 19 mil, vai para o bolso do operador em questão de dias ou semanas.

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