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Nesta quarta-feira, 4, foi o segundo dia da greve dos trabalhadores em transporte coletivo de Marabá-PA. Diariamente, são 42 ônibus que fazem nove linhas nos quatro núcleos urbanos da cidade e os passageiros reclamam que estão sendo explorados por táxi lotação e mototaxistas, que dobraram o valor da corrida.

Segundo José Sidney Ferreira, presidente do Sintrarsul (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Sul do Pará) e também da Comissão de Transporte da Câmara Municipal de Marabá, os funcionários das duas empresas que prestam o serviço de transporte coletivo (TCA e Nasson Tur Turismo) resolveram paralisar o transporte coletivo porque elas não deram nenhum tipo de resposta para a categoria, mesmo tendo sido enviada a pauta três meses antes.

“As duas empresas que chegaram ano passado no município estão prestando mau serviço e não pagam salário digno aos seus funcionários. Não estamos pedindo nada demais, a não ser os direitos dos trabalhadores. As empresas não apresentaram se quer uma contraproposta. Os rodoviários pediram 25% de reajuste, cesta básica no valor de R$ 700 e plano de saúde para toda a família. Fizemos várias concessões, mas as empresas disseram que não poderiam pagar”, revelou Sidney, dizendo que poderá solicitar até mesmo uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do transporte público em Marabá.

Na avaliação do presidente da Comissão de Transportes, as duas empresas que operam o serviço em Marabá não se importam com o posicionamento do prefeito João Salame, dos vereadores e da comunidade em geral.

José Sidney afirmou ainda que faltam ônibus para várias linhas, como Morada Nova, São Félix e acredita que embora a decisão seja radical, ela é necessária. “Toda a frota está paralisada 100% por tempo indeterminado, até que se conceda as reivindicações dos trabalhadores”, bradou o sindicalista e vereador.

Segundo José Sidney, o núcleo Morada Nova/São Félix tem hoje cerca de 50 mil habitantes e a frota que trafega naquela região é a mesma de 10 anos atrás.

No último sábado, o Sintrasul notificou também a Transbrasiliana e agora tenta paralisar o transporte intermunicipal e interestadual com saída de Marabá e região. Jair Manoel Pessoa, gerente regional da empresa Nasson Tur Turismo, que atualmente emprega 175 funcionários, e ele deixou claro que a empresa não tem condições de aceitar as propostas do sindicato.

Segundo Pessoa, já estão sendo repassados 7% referentes a perdas salariais dos funcionários e mais um mês pendente está sendo pago. “A folha deste mês sairá com a perda de maio, a próxima, de junho”, simplificou.

Jair disse que, apesar de a direção do sindicato rejeitar a proposta, a maioria dos funcionários está se mostrando solidária e prefere continuar trabalhando.

Ele lembrou que o ticket alimentação aumentou 43% no ano passado, em outubro, passando de R$ 280 para R$ 400. “As empresas chegaram agora. A tarifa está defasada, não há igual no Brasil. Todo ano aumentam os insumos e a tarifa tem de aumentar também”, salientou.

O gerente ressaltou que o serviço só terá mais qualidade se houver manutenção de custo da empresa e, para que isso aconteça, tem de haver o equilíbrio. “Não podemos ser irresponsáveis para dar o aumento e depois não poder arcar.

Foram investidos R$ 15 milhões na frota, referente a 41 carros, e também com melhorias na garagem a empresa”, contabilizou Jair, revelando que todo esse montante foi financiado e que a empresa ainda está pagando.

Sobre a qualidade dos serviços que são oferecidos à população, alvo de críticas diariamente pela insuficiência de carros, Jair Pessoa disse que, sem o Terminal Integrado, prometido pelo governo passado, a empresa acaba deixando a desejar em relação a linhas.

Pela TCA (Transporte Coletivo Anapolina), o diretor da empresa, Desidério João Martins, disse que não tem condições de acatar as reivindicações em função da tarifa atual que está sendo cobrada. “Estamos no limite, tirar de onde?”, questionou ele. “É um direito deles a greve. Vamos encaminhar a documentação ao poder público e lutar para reaver o sistema e ter os 30% dos trabalhadores garantidos”. Na TCA atualmente 231 funcionários compõem o quadro. A empresa possui 39 carros.

O diretor disse que a TCA opera em Marabá há 8 meses e que gostaria de dar o aumento, mas não adianta assumir e depois não poder arcar. “Estamos pagando o aumento de 7%”, lembrou ele, acrescentando que e há quatro anos a tarifa de ônibus não é reajustada na cidade.

Um cobrador da TCA recebe o salário de R$ 732,82 mais R$ 400 de cesta básica, plano de saúde de R$ 105 e seis vales transportes diários. Já um motorista recebe R$ 1.324,26 e os mesmos benefícios dos demais.

(Paulo Costa – de Marabá)

 

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