BR-226
BR-226

Um trecho de 100 quilômetros de uma rodovia federal entre o Maranhão e o Piauí piorou muito depois que o governo decidiu asfaltar a pista.

Parece um rali, mas são motoristas que só queriam seguir viagem tranquilos. E tranquilidade numa rodovia nessas condições está difícil.

É uma rodovia federal: a BR-226 num trecho de cem quilômetros entre Timon e Presidente Dutra, uma das principais ligações entre o Maranhão e o Piauí.

As obras de pavimentação começaram em março, mas, um erro no projeto, fez as obras pararem ao longo de 75 quilômetros, segundo a empreiteira. O DNIT, órgão vinculado ao Ministério dos Transportes, admitiu a falha no projeto dele e disse que vai precisar adequar a terraplanagem naquele trecho.

BR-226

A reforma foi orçada em R$ 88 milhões. Dinheiro do governo federal. É para ser entregue em 2018, mas a obra anda num ritmo tão lento quanto os caminhões que passam pelo trecho.

“Não tem caminhão que aguente”, diz um caminhoneiro.

E não demora para encontrarmos as primeiras vítimas da rodovia.

“Está quebrado. Estragou agora”, diz o motorista empurrando o carro.

No fim da tarde, o movimento aumenta e é muita poeira levantada.

Repórter: Eu estou há duas horas aqui e olha como eu estou sujo. Eu até deixei de lado a aparência para tentar me proteger. Coloquei chapéu, óculos, máscara. Mesmo assim, engoli muita poeira. É mais ou menos o que passam os motoqueiros quando circulam por essa rodovia.

Eles quase desaparecem em meio a nuvem de poeira.

“Eu pensei em deixar a moto e vir de pé”, disse o motoqueiro.

Anoitece e a situação piora. A escuridão com a poeira, juntas, escondem as armadilhas dos motoristas.

“Ficamos na mão aqui. Quebrou por causa da estrada”, lamenta um motorista.

E aí, está formada a confusão. O carro atolado, o caminhão ficou atravessado na pista. E uma van também ficou pelo caminho. Ela transportava pacientes para uma consulta.

“Engasgou aqui. Agora, só quando chegar socorro”, diz o motorista Osvaldo Borges.

O motorista do caminhão também não conseguiu passar e teve de passar um tempão cavando até conseguir seguir viagem.

A van precisou de uma mãozinha de quem estava por perto. O carro não teve jeito. Foi preciso mais que muitas mãos.

E esta foi só mais uma, entre tantas noites de sofrimento para quem precisa usar a rodovia. (G1)

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