O Conselho Diálogo pelo Brasil, que representa os 50 maiores grupos privados brasileiros, de vários setores da economia, se reuniu na manhã desta terça-feira (20/4) com o presidente da República, Jair Bolsonaro, e 10 ministros de Estado. O encontro, por videoconferência, foi conduzido pelo presidente da Fiesp/Ciesp, Paulo Skaf, que coordena o grupo. Os empresários ressaltaram a importância da vacinação da população, de um bom ambiente econômico para haver investimentos e das reformas estruturais, com destaque para a administrativa que tem perspectivas de aprovação mais rápida. Sob orientação do presidente, sete dos ministros discorreram sobre as atividades de suas respectivas pastas.

“Este grupo de empresários sabe como investir e fazer a roda da economia girar. O que precisamos é de um ambiente seguro para isso, razão pela qual apoiamos as reformas estruturais”, afirmou Skaf. “A reforma administrativa é a que está mais adiantada e merece o esforço de todos para a sua aprovação.” Os grupos representados no Conselho são os maiores geradores de emprego do país, os maiores pagadores de impostos, os maiores investidores, os maiores exportadores e os que mais contribuem para a inovação tecnológica, com atividades presentes em todo território nacional.

O presidente Jair Bolsonaro disse aos empresários que a vacinação é fundamental para que o país volte a crescer com mais velocidade. “O Brasil não parou. Fizemos muita coisa no ano passado, desde a gestão Pazuello, e as vacinas são uma realidade hoje. Não temos medo de CPI, mas espero que essa ação não prejudique o nosso trabalho”, afirmou o presidente.

Saúde

Um dos presentes, o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, afirmou que, com a imunização em andamento, a queda de novos casos não demorará a acontecer. “A vacinação é prioridade absoluta”, disse o ministro.

Queiroga disse também que o governo está fazendo o possível para reforçar os kits intubação, que irá fazer campanha de testagem e que o Ministério da Saúde divulgará em breve os novos protocolos em relação à Covid-19. Frisou ainda que é preciso encontrar soluções para haver menos aglomerações no transporte público das cidades.

Bolsonaro ressaltou os bons números da economia e elogiou a condução do ministro Paulo Guedes. “Estamos recuperando os empregos formais, mas os informais ainda são um desafio. A política do fechar tudo, adotada por muitos governadores, foi completamente equivocada e destruiu milhões de empregos no Brasil”, afirmou Bolsonaro.

Economia

Guedes destacou a geração de 260 mil postos de trabalho em janeiro e 400 mil em fevereiro e o desempenho dos setores econômicos. “Industria e comércio seguem firmes. O setor de serviços foi o mais atingido, mas também caminha para se recuperar e voltar aos níveis pré-pandemia”, afirmou Guedes. Segundo ele, o país vem batendo sucessivos recordes de arrecadação federal.

O ministro também lembrou a importância dos programas de proteção social. “Houve a renovação do auxílio e estamos seguindo o mesmo rigor e moderação com os quais conduzimos nossas ações no ano passado, mas com o compromisso de preservar vidas e salvar empregos”, avaliou.

Agricultura

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou que o Brasil vem batendo seguidos recordes em suas safras. “Teremos este ano o fechamento da safra com mais de 272 milhões de toneladas. E muito provavelmente o presidente Jair Bolsonaro vai chegar ao seu último ano de mandato bem próximo dos 300 milhões de toneladas”, afirmou. “Somos um dos poucos países que consegue fazer duas safras por ano numa mesma área”, disse ela, depois de destacar o crescimento dos investimentos na cadeia da proteína animal.

Infraestrutura

Entre as várias ações da pasta, o ministro Tarcísio Freitas ressaltou as privatizações e o crescimento do setor ferroviário. “Transferimos para iniciativa privada 22 aeroportos, a ferrovia Leste-Oeste, na Bahia, cinco terminais portuários, e temos a nova licitação da rodovia Presidente Dutra. E ano que vem deveremos ter a privatização do porto de Santos, mais 16 aeroportos, rodovias e R$ 260 milhões de investimentos contratados”, afirmou o ministro. Segundo ele, a expectativa é que o setor ferroviário saia dos 15% de participação na matriz de transporte para 35% em 2035. “Ou seja, similar ao que existe nos países desenvolvidos”, relatou.

Minas e Energia

O ministro Bento Albuquerque disse que os setores de energia e mineração também apresentaram indicadores positivos, tendo superado o ano de 2020 com certa tranquilidade, e que em 2021 já se observa aumento significativo no consumo, particularmente o de óleo diesel, que no primeiro trimestre teve acréscimo de 18%, em relação a 2020, e também aumento no consumo de energia elétrica, com 4,5% a mais que no mesmo período no ano passado. “Temos grande perspectiva no que diz respeito aos programas que serão lançados, como o de revitalização da exploração de petróleo e gás em áreas marítimas, e também em relação à nova lei do gás, que já dá sinais de que os investimentos estão chegando ao país”, disse Albuquerque.

Relações Exteriores

O ministro Carlos França, por sua vez, disse que está engajado na modernização do Mercosul, ao reforçar a vertente econômica comercial do bloco, com impulso à negociação de acordos comerciais como o da União Europeia e com outros países ao redor do mundo. “Temos atuado no sentido de facilitar a compra de insumos para a vacina e o imunizante pronto, a fim de que possam estar disponíveis para atender a população brasileira o mais rápido possível”, afirmou.

Meio Ambiente

Ricardo Salles disse ser necessário desenvolver economicamente a região amazônica, para oferecer oportunidades a todos e sufocar os desmatamentos ilegais. Ele apresentou ainda o cronograma de concessões de parques e defendeu a agenda urbana: “Esse tema foi esquecido no país durante décadas. É inconcebível que tenhamos em 2021 mais de 100 milhões de brasileiros sem acesso à coleta e ao tratamento de esgoto, e 35 milhões de sem água limpa em suas torneiras, que talvez seja o maior demonstrativo do nosso subdesenvolvimento”, afirmou. “Um dos grandes feitos deste governo é a aprovação do marco legal do saneamento, que possibilitará investimentos e avanço social”.

Salles defendeu ainda o pagamento pelos créditos de carbono, conforme definido no protocolo de Kyoto em 2005. Para um maior aprofundamento da questão ambiental, foi marcada nova reunião do Conselho Diálogo pelo Brasil com o ministro Salles, a ministra Tereza Cristina e o embaixador Leonardo Athayde, principal negociador da agenda do clima pelo Itamaraty para esta quarta-feira (21/4).

Também participaram do encontro virtual o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos e o secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.

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