Ocupando o prédio da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) há 10 dias, índios fizeram ato público, no início da noite desta segunda-feira, 23, para cobrar urgência no reestabelecimento de energia e melhorias no prédio da Casa do Estudante Indígena em Araguaína. Desta vez, o cacique da aldeia Karajá avisou que caso o problema não seja resolvido em três dias, 500 membros de três aldeias ocuparão o órgão.
Os índios ficaram aglomerados em frente a FUNAI na Av. 1º de Janeiro, no centro da cidade, e fizeram o protesto ao seu modo. Dançaram, acenderam fogo para assar peixe e exibiam cartazes denunciando o descaso do órgão. Desde último dia 13, a energia da Casa do Estudante Indígena foi cortada por falta de pagamento, e desde então o prédio está no escuro.
Em contrapartida eles reclamam que o prédio da Funai é alugado por 6 mil reais mensais, possui 14 salas, mas somente 3 delas são usadas, segundo informaram. Para o estudante universitário Adriano Karajá, o aluguel é um desperdício de dinheiro, uma vez que a estrutura do prédio não é totalmente usada. Inclusive, um representante do Ministério Público Federal esteve presente para fazer uma vistoria tanto no prédio da Funai quanto na Casa do Estudante.
Aviso
“O chefe que é da FUNAI não está comparecendo. Aí a gente veio aos poucos. Se ele não aparecer, vamos dar um prazo para ele, se ele não chegar aqui, nós vamos trazer a aldeia todinha para cá.” Avisou o vice-cacique, Carlos Alberto Renan, da aldeia Karajá de Xambioá. O prazo estipulado pelos indígenas é de 3 dias para a Funai resolver problema, caso isso não ocorra, cerca de 500 índios devem ocupar a sede do órgão em Araguaína e posteriormente em Palmas. Três aldeias, Xerentes, Carajás e Apiinaye.
A professora da UFT Célia Gonçalves do Nascimento se fez presente no local em solidariedade aos indígenas e lembrou o dia em que o fornecimento de energia foi suspenso da Casa do Estudante Indígena, eles perderam toda a alimentação. Ela ressalta, que deste então “ninguém apresenta uma solução para a situação deles. Eu acho um descaso”.
Segundo Adriano Carajá, a única Ação da Funai foi ameaçar de entrar com uma Ação para retirar os indígenas do prédio em Araguaína. “em relação à infraestrutura da casa do índio e o problema da energia até o momento nenhuma notícia boa.”
Joceline Gomes Correria, Conselho Indigenista Missionário, apoia e luta por moradia digna. “É um descaso do poder público federal.” Ningém da Funai foi encontrdao para falar sobre o ocorrido. (Ramila Macedo/Araguaina Noticias)