O trabalho na educação prisional é realizado de forma integrada para se obter êxito e bons resultados

Para comemorar o Dia do Professor, que será celebrado em 15 de outubro, a Escola Estadual Setor Sul – Extensão Unidade Prisional Feminina, de Palmas, promoveu um encontro para fortalecer amizades e socializar ações de sucesso. Hoje, atuam na educação prisional com as mulheres privadas de liberdade cinco professoras e uma coordenadora pedagógica.

Esses profissionais estão em constante formação. Nesta semana, a equipe participou de capacitação com o tema A cela de aula, com a abordagem sobre a grade na sala de aula. A coordenadora pedagógica Francisca Pereira de Sousa ressaltou o trabalho integrado. “São educadoras apaixonadas por essa temática, que ministram aulas no cárcere por identificarem, terem competência técnica e amarem o que fazem”, frisou.

De acordo com Francisca, trabalhar em escolas nas prisões é sempre um desafio. “É um trabalho bem planejado com todas as instituições que compreendem o sistema prisional. Requer um processo de formação constante e elaboração de um currículo que atenda de forma contextual a realidade dos estudantes”, explicou.

Francisca ressaltou o interesse do aluno pelo aprender. “O aprendizado, tanto do reeducando como do educador em prisões, é extraordinário, há um aprendizado acadêmico e para a vida. Aqui, a educação transmite significados presentes na vida de quem educa e de quem está sendo reeducado, ela é parte essencial na ressocialização de quem está privada de liberdade. A aprendizagem desenvolve nas encarceradas o senso de autovalorização”, esclareceu.

A estudante R.F., de 63 anos, chegou à unidade prisional sem saber ler e nem escrever. Frequentando as aulas, ela já consegue decifrar o código linguístico. “E tenho orgulho em dizer que aprendi a escrever o meu nome”, contou a aluna. Outras estudantes conseguiram concluir a educação básica e passaram a sonhar em frequentar uma faculdade.

A professora Wanessa Ribeiro da Silva Vitorino abordou o valor da educação para a vida das reeducandas. “A escola representa um dos meios de preparar o aluno da educação prisional para a reintegração na sociedade, desenvolvendo habilidades que facilitem benefícios como a obtenção de emprego e aumento de renda pós-liberdade. E é por meio da educação que as reeducandas estão se preparando para avaliações externas como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Exame Nacional de Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) para conquistarem vagas em universidades”, frisou Wanessa.

“O professor nos ajuda na ressocialização. As lembranças boas que vou levar da cadeia são as lições de vida que cada professora me ensinou”, afirmou a estudante S.O.

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