A Polícia Civil do Tocantins deflagrou na manhã desta quinta-feira, 24, em Palmas e em outras cinco cidades do Estado, a Operação Rosetta para desarticular a participação de mulheres nos altos cargos administrativos de uma facção de renome nacional, responsável por atuação no tráfico de drogas no Tocantins.

No total, foram cumpridos 13 mandados de prisão, sendo 14 pessoas presas até às 9h30 da manhã e apreendidas porções de drogas, dispositivos eletrônicos e cadernos de anotação para o tráfico. Além da Capital, policiais civis cumpriram mandados nos municípios de Araguaína, Aliança do Tocantins, Miracema, Pium e Pedro Afonso. A operação ganhou este nome em referência a Rosetta Cutolo, irmã de Rafaelle Cutolo, chefe da Nuova camorra Organizatta, uma facção criminosa de atuação na Itália. Rosetta teria orquestrado, em 1978, a fuga com requintes de ficção cinematográfica a fuga de seu irmão de uma unidade hospitalar psiquiátrica. Até aquele momento, não se tinha registros da participação feminina em altos cargos de decisão e gerenciamento de organizações criminosas.

A analogia à operação foi realizada uma vez que as investigadas possuem, todas elas, “cargos” importantes dentro da facção, gerenciando, ordenando e executando tarefas de relevância. Elas, assim como Rosetta, são mulheres com características violentas e de mentalidade voltada ao crime, como se realizassem com prazer, suas ações criminosas.

Histórico

Segundo o delegado Eduardo de Menezes, responsável pela operação, no ano passado, em meio a investigações relacionadas ao combate às ações desta facção que hoje é alvo da operação, chegou à equipe de investigação um material que identificava a existência da cúpula feminina na organização. Contando com cargos específicos semelhantes aos geridos por homens, a ramificação feminina pregava o empoderamento feminino, a não dependência de homens na gestão de bocas de fumo e distribuição de drogas, como também na criação de todo o organograma da ala feminina na organização, como o ingresso, comercialização, exclusão e punição de membros. “O que nos chamou a atenção foi que toda a escala hierárquica, que anteriormente pensávamos que era gerida apenas por homens, possuía uma ramificação com a mesma escala de importância na facção. O grupo inclusive chegou a planejar a execução de mulheres na facção rival, o que não se consolidou porque os alvos em questão já haviam sido presos”, informou.

Hierarquia

O delegado detalhou ainda o grau hierárquico de cada faccionada como será demonstrado abaixo:

Geral do Estado: Quem dita as ordens no setor feminino, convocando reuniões, decidindo em conjunto com a representação nacional a inclusão e exclusão de novos faccionados. Ela também dá direcionamentos e preside julgamentos de faccionadas ou não, quando infringem algumas das regras.

Salveira do Estado: É quem quem capta todas as informações em decorrência de fatos relacionados à facção, tais como: brigas, inserção ou exclusão de faccionados, relatórios, ordens emanadas e recebidas.

Geral do Cadastro: responsável por uma espécie de setor de RH, com atribuição de gerir o cadastro de todos os seus membros. Cadastro esse que contém, dentre outros dados, a “matrícula” e função exercida pelo integrante da organização. Qualquer alteração em tais dados deve ser informada ao citado setor de recursos humanos.

Geral de palmas e Araguaína : Responsáveis por repassar as atuações dos demais membros da facção naquelas cidades à alta cúpula da organização.

Segundo o delegado, outro fator importante refere-se ao poderio bélico em poder das mulheres do tráfico. “Elas comandavam não só toda a logística de comercialização de drogas, mas também a aquisição de armamento utilizado para ações criminosas e de proteção dos pontos de comercialização”, afirmou.

Operação

Parciciparam da operação, 14 equipes de policiais civis da DRACCO, DEIC Palmas, Araguaína e Paraíso, DENARC Palmas e Araguaína, DHPP de Gurupi, Delegacia de Pedro Afonso, contando também com o apoio do GOTE.

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