O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil público para apurar suposta omissão do Governo do Estado quanto à fiscalização do excesso de peso das cargas transportadas nas rodovias estaduais.

Ao justificar a necessidade da fiscalização, o Ministério Público aponta que o excesso de peso danifica a malha asfáltica e prejudica as condições de tráfego dos veículos, o que resulta em risco à vida dos cidadãos e na elevação dos gastos públicos com a manutenção do piso viário, com saúde pública, com previdência e com indenizações, estas últimas em decorrência dos acidentes de trânsito.

De acordo com cálculos do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), as rodovias sem fiscalização de peso têm custo de manutenção 30% superior. Atualmente, o Governo do Estado está investindo R$ 314 milhões na recuperação de rodovias, recurso oriundo de empréstimo internacional.

A proibição do tráfego de veículos de carga e de passageiros com excesso de peso encontra-se expressa na Lei Federal nº 9.503/97.

O inquérito civil público que vai apurar a suposta irregularidade foi instaurado pela 9ª Promotoria de Justiça da Capital, que tem atuação na área de defesa do patrimônio público.

TO-134

Em especial, será investigado pela Promotoria de Justiça o caso do trecho da Rodovia TO-134 compreendido entre os municípios de Darcinópolis e Luzinópolis e de Luzinópolis e Araguatins, cuja ausência de posto de pesagem de caminhões foi denunciada ao MPE.

Menos de 90 dias depois de a obra de recuperação da rodovia ter sido entregue pela construtora, o respectivo trecho da TO-134 já apresenta deformações na malha asfáltica, decorrentes do sobrepeso de caminhões, conforme demonstra uma série de fotos anexadas pelo MPE. Em alguns intervalos, a faixa de rodagem foi desgastada a ponto de precisar de nova recuperação, realizada cerca de 60 dias após a entrega da obra.

Recentemente, o Governo do Estado investiu R$ 88,3 milhões em 18 trechos da TO-134, que totalizam 378,43 quilômetros e estão localizados na região do Bico do Papagaio.

Informações

Ao instaurar a investigação, ficou determinada a requisição de uma série de informações à Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto). Sobre o trecho rodoviário da TO-134 de Darcinópolis a Luzinópolis e de Luzinópolis a Araguatins, o órgão terá que responder se existe algum projeto já elaborado, relativo à instalação ou operacionalização de posto de pesagem fixo ou móvel. Também foi questionado se é possível transferir para o local, temporariamente, uma balança de pesagem instalada na BR 242 que se encontra inoperante. Este equipamento pertence à Ageto.

Com relação à totalidade das rodovias estaduais, o órgão terá que responder se existe um plano estadual que defina pontos de pesagem dos veículos, quantos postos de pesagem existem atualmente e onde estão localizados, quantos desses postos se encontram inoperantes em razão da falta de manutenção e de recursos humanos e qual o valor arrecadado anualmente com autos de infração referentes ao excesso de peso dos veículos.

Comentários do Facebook
Artigo anteriorMarcelo Miranda participa do Fórum de Desenvolvimento Econômico em Araguatins nesta sexta
Próximo artigoAcusado de matar o universitário Fabrício Teixeira em Araguaína vai a júri popular