A construção de um projeto de desenvolvimento do etnoturismo para as aldeias indígenas da Ilha do Bananal foi o principal tema discutido em reunião realizada nesta terça-feira, 24, no auditório da Controladoria Geral do Estado do Tocantins, entre o Governo do Estado – através da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden) –, instituições estratégicas e lideranças indígenas da Ilha do Bananal.

O subsecretário da Seden, Glênio Benvindo, abriu a reunião lembrando que o etnoturismo, que é a visitação turística em terras indígenas, é uma atividade que pode ajudar a gerar renda e a preservar, a cultura das comunidades e suas terras indígenas de forma sustentável. “Essa reunião é resultado da vontade dos indígenas de desenvolverem uma atividade que possa gerar renda para essas comunidades”, acrescentou.

Em seguida, os líderes indígenas de algumas aldeias Javaé falaram sobre a expectativa em relação ao desenvolvimento do turismo nas comunidades. Eles acreditam que as aldeias têm capacidade de desenvolver atividades ligadas ao ecoturismo, etnoturismo, observação de aves e até à pesca esportiva.  Para eles o turismo vai contribuir para que outras atividades de importância econômica como o artesanato, agricultura e piscicultura se desenvolvam nas aldeias.

De acordo com o secretário Nacional de Assuntos para os Povos Indígenas da União Geral dos Trabalhadores do Tocantins (UGT), Idjawala Rosa Karajá o ponto alto da reunião foi o envolvimento de diversos atores nessa discussão e a expectativa é que isso leve a resultados concretos. “A proposta inicial é que seja desenvolvido um plano geral e, a partir daí, cada aldeia desenvolva seu projeto de turismo levando em conta a sua especificidade”, reforçou.

O secretário de Planejamento de Lagoa da Confusão, Durval Ribeiro da Silva Júnior falou sobre o trabalho de sensibilização que o município já está realizando em aldeias Khraô, Javaé e Karajá para desenvolver o turismo nelas. “É um trabalho que possui várias etapas, pois precisa da anuência dos indígenas e dos órgãos competentes”, disse. Ele falou também que para o projeto ter êxito precisa levar em conta a organização das aldeias e a necessidade de estruturação mínima delas, como saneamento e vias de acesso.

Ainda o diretor de Planejamento e Projetos Estratégicos da Seden, Marcos Miranda apresentou uma proposta para a construção de um plano de trabalho de ações transversais para o desenvolvimento do etnoturismo de base indígena na Ilha do Bananal. “O plano de trabalho irá envolver diversas instituições estratégicas. A proposta é saber o que cada uma delas está fazendo, para acompanhar e integrar essas ações”, reforçou.

Ele explicou ainda que para desenvolver as atividades de etnoturismo em terras indígenas é preciso a preparação adequada das aldeias para oferecer os produtos e serviços turísticos e elaborar roteiros turísticos de acordo com o potencial de cada aldeia.

Para que o plano de trabalho seja construído de modo participativo devem ser realizados outros encontros nas aldeias da Ilha do Bananal. “O planejamento dos projetos propostos está respeitando convenções internacionais quanto ao duteito de consulta e processos participativos junto às comunidades indígenas”, pontuou.

A reunião também contou com a presença de representantes da Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju), Ministério Público Federal, Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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