Há fortes indícios da instalação do grupo Comando Vermelho (CV) no Tocantins. A informação é do promotor de Justiça de Araguaína Benedito Guedes. “Temos documentos que podem evidenciar a possível instalação do crime organizado no Estado. Um dos focos deles é exterminar autoridades, por exemplo, policiais militares, juízes, promotores e políticos. Só aqui em Araguaína, dois militares já foram assassinados. Aqui no município, a estrutura para investigação é precária e precisa ser revista com urgência”, alertou o promotor.

Conforme Guedes, quem cobiça fazer parte do grupo passa por rituais de batismo nas unidades prisionais do Estado. “Dentro do Presídio do Barra da Grota foi achada uma carta contento nomes de 43 presos que já fazem parte da organização. Quando eles integram ao grupo, estão dispostos a tudo. Já alertamos a segunça pública, mas eles pensam que estavamos fantasiando a situação”, criticou Guedes, lembrando que estes sinais precisam ser investigadois.

Segundo o promotor, assaltos a bancos e tráfico de drogas em grande quantidade são sinais “fortíssimos” da presença da organização. “Ultimamente, os assaltos a unidades bancárias são muitos. O tráfico de drogas cresce assustadoramente. A organização precisa de dinheiro para que seja mantida. Sem um fundo financeiro, o movimento não sobrevive”, informou.

Ele foi enfático ao afirmar que é necessário que haja uma investigação “rápida”. “É preciso que a segurança pública inicie uma busca inteligente ao grupo, uma vez que organização deles [CV] é maior do que a segurança que o Estado possui”, alertou.

Guedes também fez questão de ressaltar que foi doado para o Estado um aparelho verificador genético. “Este aparelho foi doado pelo governo federal. Em contrapartida bastava que o Estado instalasse um laborário. Este aparelho é capaz de idenficar um criminoso por meio de coletas, mas está parado. Sabe por quê? Porque até o momento o laborário não foi montado”, criticou o promotor.

Comando Vermelho

O Comando Vermelho é uma organização criminosa no Brasil e foi criada em 1979 na prisão Cândido Mendes, na Ilha Grande, Angra dos Reis (RJ), como um conjunto de presos comuns e presos políticos. Os presos comuns eram membros da conhecida Falange Vermelha, que assaltava a população do Rio de Janeiro, praticava todo o tipo de crime, desde tráfico de drogas até cassinos de jogos de azar, prostituição e escravidão de estrangeiros, como também tráfico de órgãos humanos.

Durante toda a década de 1990, o Comando Vermelho foi uma das organizações criminosas mais poderosas do Brasil, onde se incrementou o que se desenvolvia nas falanges, que não eram organizadas, era o que a polícia chamava de “crime desorganizado”.

Entre os integrantes da facção que se tornaram notórios depois de suas prisões, estão o líder da facção Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP, Mineiro da Cidade Alta, Elias Maluco e Fabiano Atanazio mais conhecido como F.B (em homenagem a Paulo Maluco autodenominado “Escadinha”, em homenagem ao irmão – morto).

 

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