Algumas lições de casa devem ser seguidas para evitar a falência precoce dos negócios. Foco nos investimentos, capacitações e planejamento estão entre os pontos mais importantes.

Empreender é o sonho de grande parte dos brasileiros. Mas ao se deparar com as agruras do mercado, muitos desistem por falta de vontade ou, muitas vezes, por falta de orientação. Para garantir longevidade à empresa, de maneira sólida e crescente, uma boa lição de casa deve ser seguida à risca.

“Há muitos casos de empresas que cresceram muito, mas fracassaram, apesar de seus excelentes produtos e serviços. Simplesmente perderam o foco no controle de estoques, compras, custos ou ainda impostos mal dimensionados ou sem planejamento correto”, lembra Ronaldo Dias, da Brasil Price.

A falta de planejamento, experiência, pouco recurso para investimentos e má gestão estão entre as principais causas desse fim precoce. Algo em torno de 60% das pequenas e microempresas vão à falência nos três primeiros anos de funcionamento.

Por isso, alguns pontos devem receber uma atenção especial.

1. Experiência

Aventurar-se em um ramo nunca antes conhecido é muito arriscado. “Mas, se mesmo assim, a pessoa ainda quiser apostar no mercado porque ele é vantajoso, uma saída é buscar um sócio para abrir o negócio”, explica Ronaldo. Consultorias também são bem vindas para orientar os empresários.

2. Capacitação e conhecimento

A taxa de atualização dos empreendimentos é alta. Mensalmente ou anualmente, dependendo do ramo escolhido, o mercado apresenta novos desafios e tecnologias, por isso a busca pela capacitação deve ser constante. “É a melhor forma de entender os problemas e solucioná-los de maneira rápida e sem custos muito altos”, informa Dias.

3. Plano de negócios

Planejamento é tudo, em qualquer área. E não seria diferente diante de um empreendimento. É preciso definir a estrutura operacional, criar um projeto financeiro que inclua todo o capital investido, custos, previsão de lucro (para os primeiros três anos da empresa), entre outros. E, neste cenário, o marketing também deve entrar com tudo, com a identificação do público-alvo e estratégias de venda.

4. Investimentos nas áreas certas

Mesmo com dinheiro, um investimento errado pode decretar o fim precoce de uma empresa. “É preciso identificar a maneira correta de aplicar o recurso”, coloca Ronaldo. Bons investimentos podem ser feitos nas áreas de marketing, capacitação de funcionários e estrutura de funcionamento.

5. Capital de giro suficiente

Aqui ainda se aplica a questão do planejamento. O empresário precisa ter garantido o capital de giro da empresa, aquele montante para manter as despesas gerais por pelo menos um ano. Nos primeiros meses de adaptação no mercado, o rendimento pode não ser suficiente para custear os gastos do empreendimento.

6. Finanças pessoais ≠ Finanças da empresa

Pessoas física e jurídica têm papéis bem definidos e diferentes dentro de uma empresa.

O patrão precisa ter um salário, que deve ser retirado junto com o pagamento dos funcionários. “Um hábito muito comum do dono da empresas é pegar dinheiro do caixa fora das datas pré-estabelecidas. Quando ele percebe, o desequilíbrio já aconteceu”, aponta o contador.

7. Controle da ansiedade

Este último ponto é mais psicológico e trabalha as expectativas do empreendedor. A busca desenfreada pelo reconhecimento, em curto prazo, no mercado, pode ser arriscada. E é aí que surge a frustração. Controlar a ansiedade e saber aguardar o momento de certo de ver a empresa se destacando perante clientes é o segredo para manter o foco nos investimentos. “Não basta mais ser só bom comerciante, é primordial ser bom gestor. Afinal, o mercado é seletivo”, conclui Ronaldo.

(Artigo de Vinicius Roveda (CEO da Conta Azul)

 

Comentários do Facebook
Artigo anteriorCâmara aprova projeto de César Halum e transforma rodovias estaduais em federais
Próximo artigoMorador de rua é morto a facadas em Imperatriz