De acordo com informações contidas na decisão do juiz federal João Paulo Abe que autorizou a Operação Vegas da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta quarta-feira, 30, em Araguaína, aponta o fiscal do Ministério da Agricultura, Dagoberto Machado Prata, como responsável por liberar alimentos contaminados e carne bovina com tuberculose em troca de propina.
Os agentes estiveram procurando documentos em dois frigoríficos, Boi Forte (LKJ) e Minerva, em uma fábrica de gelatina, Gelnex e em outras empresas.
Dagoberto Machado Prata teve a prisão preventiva decretada. Além do recebimento de propina, ele também é suspeito de destruir provas após a primeira fase da Operação Lucas, que investiga as mesmas irregularidades.
O fiscal teria recebido propina mensal no valor de R$ 50 mil e ainda R$ 5 mil de auxílio combustível do frigorífico Boi Forte (LKJ) para liberar carcaças de animais contaminados. Ele foi afastado das funções e teve a prisão preventiva decretada.
O investigado Dagoberto Machado Prata permitia, dentre outras coisas, que carcaças manifestamente contaminadas por tuberculose fossem destinadas a consumo humano, impedindo que a planta frigorífica da empresa LKJ (Boi Forte) em Araguaína fosse fechada, pelo absoluto descumprimento das normas sanitárias e de segurança alimentar previstas para o setor, diz um trecho da decisão.
O documento não deixa claro quanto dessa carne chegou a ser vendida ou consumida. Os produtos da empresa são vendidos apenas dentro do Brasil. O Minerva e a Gelnex são investigados por outras irregularidades, também ligadas ao processo de fiscalização. A Polícia Federal pediu que as atividades do frigorífico Boi Forte fossem suspensas, mas a Justiça indefiriu o pedido.
A carne contaminada com a tuberculose pode transmitir a doença para seres humanos dependendo do seu preparo para consumo e pode levar sérios riscos para a saúde humana.