A Comissão de Ética e Disciplina do PMDB Nacional decidiu, por unanimidade dos nove membros, nesta terça-feira, 16, expulsar a senadora Kátia Abreu por considerar que ela feriu a ética e a disciplina partidária, com críticas à sigla, ao governo do presidente Michel Temer e por ter votado contra matérias defendidas pela legenda. A expulsão, chamada eufemisticamente pelo PMDB de “afastamento”, teve por base representação do diretório regional do Tocantins.
Agora a decisão do conselho de ética será encaminhada ao presidente nacional, senador Romero Jucá, que poderá referendar ou convocar a executiva nacional para isso. Jucá deve confirmar a decisão do conselho e comunicar a expulsão da senadora ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO). Ela não poderá mais assumir cargos do partido no Senado, nem mais falar em nome do PMDB.
Além da representação que sustentou a decisão do conselho, existem outras três contra a senadora: uma também do Tocantins, outra da deputado federal tocantinense Dulce Miranda e uma da Comissão Nacional da Juventude. Outro caso, do voto da senadora em favor da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no episódio do impeachment, foi arquivado porque outros parlamentares da legenda também foram absolvidos sob a mesma situação.
Casos mais graves e impunes
A senadora fez questão de destacar que o PMDB não propôs nenhum tipo de punição a filiados condenados por crimes graves, como corrupção e formação de quadrilha, enquanto é acionada por infidelidade partidária.
Em sua defesa, a senadora diz que renomados nomes do PMDB têm enfrentado problemas de ordem criminal, sendo que alguns já foram condenados e presos – como o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. “Até mesmo o presidente da República foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República”, lembra. O partido, porém, não questionou a conduta de nenhuma desses filiados. (Portal CT)