peixesA Prefeitura de Palmas, por meio da Operação Nosso Lago, apreendeu cerca de dez toneladas de pescado na tarde desta quarta-feira, 05, no lago de Palmas.

A operação aconteceu ao longo das margens do lago, no km 17, km 38, km 41, no balneário Sucupira, nas proximidades do residencial polinésia, e praia das Arnos, onde cerca de 60 pescadores profissionais provenientes do estados do  Pará e do Maranhão, estavam há mais de 60 dias no lago, realizando a exploração dos pescados.

A “Operação Nosso lago” aconteceu de forma simultânea em vários pontos do lago, tanto por terra como pela água, onde foram apreendidos três caminhões baús e frigoríficos, diversos materiais de pesca como 30 panos de rede, tarrafas e uma zagaia.

Os pescados eram transportados por barcos ate às margens do lago, onde eram limpos e acondicionados em freezer. Depois eram levados para os  caminhões com câmaras frias, para serem transportados para os estados do Pará e Maranhão.

No Km 17, foram apreendidas várias caixas de isopor com pescado, e três freezer que eram utilizados no acondicionamento dos peixes, a beira do lago.

De acordo com um dos pescadores que não quis se identificar, após as vísceras serem retiradas, os peixes eram acondicionados em freezer e em caixas de isopor até serem transportados para os caminhões.

Já no km 41, os fiscais dos órgãos ambientais apreenderam três caminhões baús, sendo que um dos caminhões continha cerca de oito toneladas de peixes da espécie mapará, urimatá (papa-terra) e piau e o outro veículo transportava gelo a granel que seria usado no resfriamento dos peixes, misturado com pneus.

De acordo com secretário de Segurança Pública Municipal, Francisco Viana, a operação foi desencadeada após denúncia de pescadores.

“Mesmo tendo em mãos a autorização de trânsito e comércio de pescado, os peixes estavam sendo processados de forma irregular e em desacordo com as normas sanitárias”, disse.

Para a presidente da Fundação de Meio Ambiente, Germana Pires, a fiscalização constatou que a pesca industrial não passou pela inspeção sanitária.

“As vísceras eram jogadas no próprio lago após os peixes serem eviscerados e o acondicionamento dos peixes nos caminhões também era feito de forma irregular, sem o resfriamento ideal, sendo 3kg de gelo para 1kg de pescado”, disse.

Outro fato grave é que durante a fiscalização pelos órgãos ambientais, nas proximidades do residencial Polinésia, foram apreendidos explosivos que possivelmente estariam sendo usados para a pesca predatória, e um caderno de anotações com valores, quantidade e característica dos pescados.

“Recebemos diversas denúncias de pescadores locais de que havia prática de exploração da pesca com uso de explosivos durante a noite”, é o que afirma o gerente de fiscalização ambiental da GMP, Heleno Freitas.

De acordo com os órgãos ambientais, se for configurado o uso dos explosivos para a pesca predatória, a multa pode variar de R$ 700 a 100 mil reais, mais R$ 20,00 por quilo de pescado.

Os caminhões baús e frigorífico e todo material usado na pesca foram encaminhados para o quartel da Guarda Metropolitana de Palmas.

Já o pescado apreendido será descartado na manhã desta quarta-feira, 06, no aterro sanitário de Palmas.

A “operação nosso lago” contou com a participação de diversos órgãos ambientais, como Guarda Metropolitana de Palmas, Fundação do Meio Ambiente, Naturatins, Adapec, Ministério da Agricultura, Vigilância Sanitária Municipal e Estadual e Defesa Civil Municipal.

DEPREDAÇÃO

Rosaldo Santos, Presidente da Associação de Preservação dos Botos da Amazônia
Rosaldo Santos, Presidente da Associação de Preservação dos Botos da Amazônia

Segundo o presidente da Associação de Preservação dos Botos da Amazônia, Rosaldo Santos, a depredação do pescado por colônias paraenses, maranhenses e tocantinenses vem acontecendo há mais de três anos. “As colônias possuem licença para pesca, mas não existe uma fiscalização para saber se a rede de pesca ou o armazenamento do peixe é feito de forma correta”, afirma.

A Associação possui 15 anos de existência, foi criada por ambientalistas de Miracema para cuidar da fauna e flora da região amazônica , tendo como especialidade em “botos”. Também é responsável pela pesquisa da população de botos do Rio Tocantins.(Ascom)

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