Munido de muitos dados sobre a situação econômica do país, o rombo causado na economia pelo PT e citando cada um dos itens que embasam a denúncia que motivou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, o senador Ataídes Oliveira (PSDB) defendeu o afastamento da presidente da República e foi mais além: “Quem estiver errado vai pagar pelo seu erro. Todo malandro e ladrão tem que ir para cadeia, todos culpados deverão ser punidos”.

A manifestação do parlamentar ocorreu durante debate intitulado “Impeachment: golpe ou democracia?”, promovido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Centro Universitário Luterano de Palmas (Ulbra), em Palmas, na noite dessa sexta-feira, 15. Do outro lado, defendendo o governo Dilma, estava o senador Donizeti Nogueira, do PT.

Em seu pronunciamento, durante 25 minutos, o senador Ataídes expôs, com riqueza de detalhes, uma a uma as leis e os artigos da Constituição que o governo infringiu, conforme a peça técnica que embasa o pedido de afastamento de Dilma. Entre eles, a abertura de créditos suplementares, as chamadas “pedaladas fiscais”, além de desvio de recursos públicos, ausência de registros contábeis, o escândalo da Lava Jato, entre outros. “Ela estuprou a lei de diretrizes orçamentárias. A presidente Dilma tinha conhecimento do crime que estava cometendo.”

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As “pedaladas fiscais”

Conforme levantamento apresentado pelo senador, a presidente tomou emprestado R$ 19,6 bilhões do BNDES, R$ 13,4 bilhões do Banco do Brasil, R$ 7,6 bilhões do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), além de R$ 717 milhões da Caixa para o Bolsa Família, R$ 936 milhões do mesmo banco para abono salarial e mais R$ 87 milhões (ainda da Caixa) para seguro-desemprego. “Dilma atendeu, com essas pedaladas, o “bolsa latifundiários” e o “bolsa grandes empresários” que eles sempre combateram. E o empréstimo foi feito de forma criminosa”, disse.  “O artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal diz que é proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da federação que a controle na qualidade de beneficiário do empréstimo”, complementou.

Rombo na economia

Contador por formação, Ataídes apresentou números da economia do país, memorizados e repetidos a cada pronunciamento no Senado. “Em 2003 a dívida pública interna e externa do Brasil era de R$ 852 bilhões. Hoje é de R$ 4 trilhões. Este governo pagou R$ 501 bilhões de juros dessa dívida. Eles quebraram o país, o empresário não investe mais, não acredita no governo. E pior: o desemprego atinge 20 milhões de pessoas.”

Aplausos e vaias

Em vários momentos, o senador Ataídes Oliveira foi aplaudido pelo público. Já o petista foi interrompido algumas vezes, contestado pela plateia e vaiado. Durante sua explanação, Donizete ouviu, por exemplo, “fora PT, fora Dilma” e “impeachment não é golpe”. Ele foi muito vaiado ao citar que “Dilma é honesta”.

Por outro lado, durante o debate, didaticamente, Ataídes Oliveira explicou o que é crédito suplementar e que o governo pode, sim, emitir decretos, mas desde que obedeça a Lei de Diretrizes Orçamentária e que respeite a meta de superávit primário. “Mas o governo apresentou proposta de economizar R$ 63,3 bilhões, mas, na prática, gastou R$ 111,2 bilhões”, disse. “A LRF é um presente de Fernando Henrique para o pais. Não fosse isso, eles teriam vendido esse país para a Venezuela”, declarou. “Eles roubaram pra caramba”, disse, após ouvir aplausos dos acadêmicos.

Impeachment é legal

Para o senador Ataídes Oliveira, o instituto do impeachment propiciará ao país um “momento oportuno” ao país. “A partir de domingo começamos um novo marco na política do nosso país. Até o dia 11 ou dia 15 estaremos vivendo momento de muita esperança, de boa perspectiva dessa corja de mal feitores que estão roubando o povo”, falou.

A luta do PT pelo poder

Ele reafirmou, como já havia declarado no plenário do Senado, o motivo de o PT querer se manter no poder. “Por que o PT quer ficar no poder? Resgatar credibilidade? Não, o empresariado não confia mais. Para resolver a questão econômica? Não, não tem competência e condições para isso.  É para resgatar a moral e a credibilidade do povo é do Congresso? Não, ninguém acredita mais nesse governo indecente. PT quer continuar, a todo custo, seu projeto criminoso e roubando o povo brasileiro”, comentou.  “Há crise política, econômica e moral nesse país. A política, começaremos a resolver com o impeachment. Agora a econômica, pelo rombo que o PT causou ao país, vai ser consertada em cinco anos no mínimo”, finalizou.

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