(BlackJack3D/Getty Images)

Pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) realizaram o sequenciamento genético de amostras do coronavírus coletadas em Araguaína, no norte do Tocantins, e encontraram seis linhagens diferentes do vírus SARS-CoV-2. O estudo foi feito a partir das coletas aleatórias realizadas em fevereiro para medir o nível de infecção entre os moradores.

Entre as seis sequencias genéticas encontradas, duas são da variante que surgiu no Amazonas e que tem sido considerada mais transmissível e perigosa por conter uma carga viral elevada.

Essa é a primeira vez que se identifica a variante circulando em moradores do estado. Em fevereiro, o secretário de saúde do Tocantins, Edgar Tollini, confirmou que o estado havia identificado a presença dessa mesma mutação, mas em um paciente que era de Manaus (AM) e havia se internado na rede particular de Palmas.

Ao todo foram realizados 536 testes em Araguaína. Dentre eles, 41 testaram positivo para o coronavírus. Essas amostras foram separadas e as que possuíam qualidade superior para sequenciamento do genoma completo foram levadas para o laboratório da Universidade de Brasília (UNB).

“Destes seis genomas, a gente observou que dois pertencem a linhagem P1, aquela que teve início do Amazonas e está circulando em todas as regiões brasileiras. Uma delas está ligada à variante da África do Sul e duas que surgiram no Reino Unido. A última é de uma sequência que foi identificada no Rio Grande do Sul”, contou Ueric José Borges de Souza, estudante de pós-doutorado do programa de biotecnologia da UFT no campos Gurupi.

Segundo o pesquisador, os resultados são importantes para rastrear as mutações que o vírus sofre ao se replicar no organismo humano. O levantamento pode ajudar também na tomada de decisões durante o combate à pandemia.

“É importante conhecer quais as linhagens que estão ocorrendo no Brasil. Através do sequenciamento a gente consegue rastrear as mutações que o vírus está sofrendo, o que é comum de acontecer. É necessário rastrear e avalia e as mutações para entender a evolução da pandemia e no futuro discutir quais as melhores possibilidades de contenção para tomar medidas mais adequadas de controle”.

A pesquisa foi coordenada pelos professores José Carlos Ribeiro Júnior e Fabrício Souza Campos em parceria com a Prefeitura de Araguaína e a UNB. Os dados ainda serão encaminhados à Secretaria de Estado da Saúde (SES), que é responsável por informar a existência de variantes ao Ministério da Saúde. (Com:G1)

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