Foto : Divulgação
Foto : Divulgação

A Polícia Federal realiza, nesta terça-feira,7, a 3ª fase da Operação Ápia e cumpre quatro mandados de prisão e 22 de busca e apreensão. A operação iniciou em outubro do ano passado, quando o ex-governador Sandoval Cardoso foi preso. Ele é suspeito de fazer parte de uma organização suspeita de fraudar licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica no Tocantins.

O objetivo desta nova fase da operação é investigar pagamentos de propinas. A Polícia Federal não informou quem são os presos e onde estão sendo cumpridos os mandados.

Esquema

Segundo informações da PF, a organização suspeita de fraudar licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica no Tocantins funcionava em três núcleos compostos por políticos, servidores públicos e empresários. A suspeita é de que o grupo tenha desviado cerca de R$ 200 milhões.

Entre os investigados está o ex-governador Sandoval Cardoso, que teve prisão preventiva decretada e se apresentou no dia 13 de outubro do ano passado. Além do ex-governador Siqueira Campos, que já cumpriu um mandado de condução coercitiva e foi levado para prestar depoimento.

Segundo o superintendente regional da PF no Tocantins, Arcelino Vieira, os núcleos eram formados com a intenção de fraudar e burlar a fiscalização de forma a conseguir lucrar com os serviços, que muitas vezes não eram executados.

“O núcleo político era composto por pessoas que compunham o alto escalão do Estado, dois ex-governadores [Sandoval Cardoso e Siqueira Campos] que, através de contratos com Banco do Brasil, conseguiram empréstimos internacionais”, disse.

O superintendente explicou que os empréstimos estavam fundamentados em uma lei estadual, a qual também autorizou o estado a criar um comitê executivo que gerava os recursos e os distribuía para várias secretarias estaduais. Uma delas era a Secretaria de Infraestrutura (Agetrans) que fazia a licitação e o acompanhamento de todas as obras.

Segundo a investigação da PF, os recursos adquiridos através de três linhas de crédito somavam R$ 1,2 bilhão. Deste valor, a Agetrans ficou com R$ 850 milhões para investir em obras nas rodovias, mas os contratos receberam aditivos que se computados, ultrapassariam R$ 1 bilhão.

“Os editais eram recheados de cláusulas restritivas à concorrência que favoreciam empresários do grupo. Ao final se constatou que havia ajuste de preços para dividir o lote entre seis empresas. Está bem clara a existência de um cartel para o fim de fraudar as licitações e desviar dinheiro público federal”, explicou o procurador da república José Ricardo Teixeira. (Do G1)

Comentários do Facebook
Artigo anteriorDiretor do sisepe se reúne com prefeito para discutir pagamento de atrasados
Próximo artigoCâmara de Palmas inicia Ano Legislativo nesta terça