Ao defender os servidores da segurança pública no cumprimento de seu papel, o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), criticou o excesso de policiais, principalmente os militares, deslocados para atender a políticos ou instituições públicas no Tocantins. “Policial é para cuidar da população e não de político”, disse.

Pré-candidato ao governo do Estado, o gestor garantiu que, se eleito, abrirá mão de equipe de segurança. “O dia que eu, como gestor, precisar andar com dez seguranças é porque estou reconhecendo que sou incompetente para cuidar da segurança do povo”, complementou. Recentemente, o comando da Polícia Militar no Estado admitiu à imprensa que aproximadamente 400 policiais estão cedidos a órgãos como Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e Ministério Público Estadual.

As declarações de Amastha foram dadas em reunião com servidores da segurança pública, no final de semana, em Araguaína. O prefeito de Palmas garantiu também que, em nome da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), atuará pela garantia da aposentadoria especial dos policiais. Presidente em exercício da FNP, Amastha irá incluir essa pauta na agenda da entidade junto ao Congresso Nacional.

Valorização e estrutura

Durante o encontro com os servidores, Amastha defendeu valorização dos policiais e que a gestão estadual dê condições de trabalho para que possam executar suas funções. “Polícia correndo atrás de bandido com um veículo golzinho não impõe autoridade. O bom equipamento é conceitual. É uma questão de respeito. Não vai existir sociedade segura sem forças de segurança bem equipadas e valorizadas. Uma coisa não existe sem a outra”, afirmou Amastha, ao destacar que em Palmas o funcionalismo da Guarda Metropolitana são valorizados e possuem estrutura, como veículo Pajero e equipamentos. “Foram entregues à Guarda Metropolitana a melhor frota de viaturas do Brasil, com Pajero Dakar e L200 Triton. O funcionalismo tem novo fardamento, usa o GM Mobile, uma tecnologia embarcada para gerenciamento de ocorrências através dos tablets. Já solicitamos autorização do exército para aquisição de pistolas Glock, que são as melhores do mundo. Sem contar as munições, coletes balísticos, armamento não-letal, entre outros, que os servidores têm à disposição”, falou.

Na reunião, Amastha abordou, além da valorização e estrutura de trabalho, necessidade de capacitação dos servidores. “Enviamos uma excursão de guardas metropolitanos até para o Rio de Janeiro. E todos os guardas administrativos foram para a atividade fim, as ruas”, disse, ao citar um dos exemplos da gestão de Palmas. A integração entre as forças de segurança também foi comentada: “Uma das principais políticas de segurança de Palmas é a ação integrada no dia a dia e em grandes eventos como os Jogos Mundiais Indígenas”.

Amastha defendeu ainda o trabalho de inteligência, políticas públicas estratégicas em pontos críticos, a chamada mancha criminal. “Criamos o mapa do crime em Palmas e nossas ações ocorrem de forma planejada na origem do problema.”

Exemplo de Palmas

Presente no encontro com Amastha, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Tocantins (Sinpol), Ubiratan Rebello, reforçou a necessidade de valorização das categorias que atuam na segurança pública do Tocantins. “Os servidores precisam estar valorizados e com equipamentos e condições de trabalho para desempenhar as suas funções”, disse. Ao comentar os exemplos de Amastha sobre a atuação da Guarda Metropolitana em Palmas, Rebello destacou: “A estrutura que vemos em Palmas deve ser expandida para o restante do Tocantins. Precisamos de apoio dos políticos, que valorizem a categoria”.

O presidente da Associação de Praças de Araguaína, sargento Genivaldo Quirino, afirmou que a categoria está atenta sobre as discussões relacionadas à melhoria das condições do funcionalismo. “Temos poucas oportunidades de ser ouvidos e queremos participar das discussões pois todos os anos ouvimos conversas de resolver a questão da segurança pública”, disse, elencando, porém que é necessário exemplos e ações concretas, como as propostas apresentadas por Amastha.

Problemas do Estado

Entre os maiores problemas e falhas da segurança do Tocantins debatidos no encontro foram: várias cidades pequenas sem nenhum efetivo policial, estima-se em torno de 30; quartéis e destacamentos sucateados; falta de pagamento de direitos como data-base e progressões horizontais; falta de políticas públicas que combatam o problema na raiz; falta de efetivo, principalmente nas divisas; o concurso no último ano de governo não supre a demanda, tendo em vista que 700 militares deverão se aposentar esse ano.

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