Foto: Divulgação
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Na busca pela proteção dos animais silvestres que habitam o cerrado, o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) solicita à população que encontrar animais nas rodovias ou mesmo em áreas urbanas, que faça a entrega voluntária ao órgão ambiental.

No caso específico do tatu, o biólogo da Supervisão da Fauna, da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas, do Naturatins, Tiago Scapini, conta que este ano foi entregue ao órgão, 11 tatus, e em 2015, apenas sete animais. Eles são principalmente tatus das espécies Galinha e China, mas houve um caso de tatu-peba. O biólogo disse que geralmente as pessoas que encontram os animais na estrada ou mesmo no ambiente natural deles, não fazem a entrega voluntária. “Infelizmente essa prática é pouco utilizada, visto que muitos comem a carne desse animal”, ressalta.

Conforme o biólogo do Naturatins e também supervisor de Gestão da área de Proteção Ambiental (APA) Ilha do Bananal/Cantão, Fábio Gamba, existem estudos científicos que demonstram que algumas espécies de tatus podem carregar e servir de reservatório para algumas doenças. “É o caso do tatu-galinha que pode carregar a paracoccidiodomicose (PCM) ou blastomicose Sul-Americana, causada por um fungo”, relata.

Há demonstrações que indicam que a doença é adquirida pela inalação de partículas infectadas que atingem os pulmões e causam infecção. O biólogo cita também estudos que comprovam a ocorrência de doenças como a hanseníase. “A transmissão destas infecções podem ocorrer pela ingestão da carne de tatus contaminados com os agentes causadores de tais doenças”, revela.

A veterinária e supervisora de Fauna, do Naturatins, Grasiela Pacheco, conta que de uma maneira geral, os tatus, são reservatórios naturais de parasitas causadores de enfermidades, como a doença de chagas e a hanseníase. E reforça que sempre que uma pessoa se deparar com um animal silvestre em situação de perigo iminente, deve procurar os órgãos ambientais para proceder o resgate e cuidados necessários.

O Comandante do Pelotão da Polícia Militar Ambiental de Porto Nacional, capitão Sales, chama a atenção para e entrega voluntária do tatu. “Em virtude de estarmos no período de reprodução, orientamos a população que denuncie a caça, o tráfico e a venda desses animais silvestres”, solicita. O capitão esclarece que a pena para quem for pego com esses animais, é de detenção de seis meses a um ano. E multa de R$ 500,00, por unidade.

Filhotes

Recentemente um morador de Porto Nacional, foi abordado por um adolescente que queria lhe vender seis filhotes de tatu e a mãe dos animais, já sem vida. Preocupado com a saúde dos filhotes que não teriam a mãe para amamentar, ele comprou os animais.

“Eu paguei R$ 20,00, pelos tatuzinhos. Mesmo sabendo que seria difícil, eles sobreviverem sem a mãe, mas pensei que encontraria na internet uma maneira de alimentá-los. Mas como não encontrei nada. Foi aí que fui até o Pelotão da Polícia Militar Ambiental de Porto Nacional e entreguei os filhotes na expectativa deles sobreviverem”, conta Ailton de Oliveira Dias, funcionário de um jornal local.

“Entretanto, os animais não sobreviveram, pois cada um tinha cerca de 50 gramas e precisavam da mãe para se alimentar”, disse. Neste caso os seis filhotes não resistiram, tendo em vista serem muitos novos, vindo a morrer em pouco espaço de tempo. Conforme o comandante, a mãe e os filhotes foram inutilizados.

De acordo com Grasiela Pacheco, filhotes devem ser entregues rapidamente, pois em algumas horas sem a alimentação correta podem levá-los a óbito. “É necessário saber qual é o alimento mais apropriado, qual temperatura e quantidade adequadas, além da frequência”, destaca.

Cerrado

Os tatus são animais bastante peculiares, apresenta o corpo recoberto por uma armadura articulada (carapaça), formada por placas ósseas que estão aderidas a pele. Possuem distribuição geográfica muito ampla, ocorrendo desde os EUA, até a Argentina. Vivem em regiões de savana, cerrado, matas ciliares e florestas secas (caatinga). Das 21 espécies conhecidas, 11 ocorrem no Brasil.

É considerado onívoro, se alimenta de insetos como formigas e cupins, além de outros invertebrados, raízes, folhas e vegetais. Possuem uma grande importância ecológica, pois fazem o controle de formigas e cupins, mantendo o equilíbrio dessas populações. Durante o dia ficam nas tocas descansando e à noite saem em busca de alimentação. As fêmeas podem parir de dois a seis filhotes, que são cuidados pela mãe até um ano de idade, quando se separam para buscar parceiros para reproduzirem novamente.

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