Colonia penal
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No último sábado, 08, a Companhia de dança independente Carne Agonizante terminou sua temporada de apresentações na Capital, com o espetáculo ‘Colônia Penal’.

Inspirado na obra homônima de Franz Kafka, o trabalho politizado propõe que o insólito e o absurdo possam ser percebidos em várias situações durante o espetáculo, como em uma detalhada descrição de métodos de tortura dos regimes antidemocráticos que abrigavam e encobertavam assassinos, na cruel e irônica omissão de um observador estrangeiro e ou na estranha relação entre o poder oficial e o condenado.

Para o artista plástico Mahau Ribeiro, que assistiu a todas as apresentações, o trabalho da Cia. é muito significativo e intenso. “Foi bem forte. Vim assistir porque um dos artistas (Rafael) é meu primo e eu adoro dança. Eles são muito intensos, é tudo muito denso, muito contínuo, não tem uma pausa. No primeiro dia gostei da ideia dos dois planos, com uma ação muito forte acontecendo na frente, enquanto atrás as intérpretes estavam quase que lúdicas. No segundo dia gostei muito dos movimentos, fiquei pensando em como eles conseguem transmitir tanto nos movimentos. Este último espetáculo que assistimos representa muito bem a repressão, a tortura. Nos três dias, tudo que eles se propuseram a fazer eles fizeram, nos entregaram cada dia uma temática, com assuntos muito polêmicos, que mexem muito com algo que está preso com a gente. Gostei muito”, contou.

A estudante Gabriela Barboza Pereira, que assistiu a último dia de apresentações, conta que ficou bastante tocada com a peça, até mesmo por vir de uma família que lutou na ditadura militar. “Eu achei o espetáculo forte. Acho que eles conseguiram expressar o sofrimento e o impacto da ditadura militar no Brasil, através de um trabalho de expressão corporal e dança incrível. Os atores abordaram a questão do estupro, achei muito importante essa temática. Achei no mínimo emblemático tocar o hino no final do espetáculo”, comentou.

As apresentações da companhia começaram no dia 06, com o espetáculo ‘Canto Preso’, e seguiram na sexta, com ‘Estado independente’ e sábado com ‘Colônia Penal’, todas no Teatro Sesc.

Na sexta a Cia ainda ofereceu uma oficina, ministrada pelo coreógrafo Sandro Borreli com o tema ‘Corpo como Instrumento Reflexivo e Político’ e no sábado, os palmenses puderam participar do workshop ‘Formatação e gestão de projetos culturais’ com o gestor e produtor cultural Júnior Cecon.

Os espetáculos, dirigidos pelo coreógrafo Sandro Borelli, foram selecionados pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2015 e são realizados pelo Cia. Carne Agonizante, Ministério da Cultura, Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Governo Federal.  Apoio – SESC Palmas e Cooperativa Paulista de Dança.

 

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