Suplente de senador Ataídes Oliveira

Suplente de senador Ataídes OliveiraO presidente do diretório regional do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) no Tocantins, o empresário e suplente de senador Ataídes Oliveira, avalia que a nova legenda já nasceu grande. Conta com mais de 20 parlamentares no Congresso Nacional e tem um ideário muito bem definido: lutar para reduzir a carga tributária do Brasil. “O perfil principal do nosso partido é a redução da carga tributária através das devidas reformas: a fiscal, a previdenciária e a tributária. E nós temos força pra isso porque temos uma bancada relativamente boa no Congresso”, declara o dirigente.

 Ataídes Oliveira explica que no Tocantins o Pros é literalmente oposição ao governo Siqueira Campos por entender que o governador, além de não cumprir as promessas de campanha, ainda abdicou da responsabilidade de governar em favor do filho (Eduardo Siqueira Campos) que, segundo ele, não está dando conta do recado. O dirigente faz questão de destacar que a nova legenda também é oposição à classe política do Tocantins, que em sua opinião está acabando com o Estado.

 O suplente de senador explica que no Tocantins o Pros tem o grande desafio ser uma alternativa viável à tradicional polarização entre Marcelo Miranda (PMDB) e Siqueira Campos (PSDB). “A nossa grande expectativa é que em 2014, nós através do Pros, mudemos todo esse quadro que se instalou ao longo dos anos, não a favor do Tocantins, não a favor do povo, e sim em benefício de uma minoria pequena”, declara o dirigente que faz duras críticas ao modelo de gestão do setor público pela ineficiência. Estes e outros assuntos o leitor confere na entrevista.

Qual é o projeto do Pros para o Brasil?

Esse partido nasce primeiramente com um grande ideal. As pessoas que se reuniram em prol da criação do Pros são idealistas, como eu, o Eurico Junior, nosso presidente, e os demais. A linha central desse partido é a redução da carga tributária desse País, que é uma das maiores e impede o crescimento, e dá pra se ver com muita facilidade o caso da China. O mundo inteiro foi pra China construir e lá deu emprego, gerou renda, pagou impostos e virou o que hoje sabemos que é a China. Então, precisamos reduzir nossa carga tributária, baixar esse custo Brasil e qualificar a nossa mão de obra. O perfil principal do nosso partido é a redução da carga tributária através das devidas reformas: fiscal, previdenciária e tributária. E temos força para isso, porque contamos com um número de deputados federais acima de 20, temos uma bancada relativamente boa no Congresso.

Por que as reformas não avançam no Congresso Nacional, há um consenso de que são necessárias, mas nunca são votadas. Neste caso, o Congresso está privando o desenvolvimento do País?

Primeiro, é lamentável essa constatação de que o Congresso não faz o seu dever de casa. Por que essas reformas tão necessárias não acontecem? É verdade, eu estive no Congresso por 11 meses e vejo o seguinte, principalmente a reforma política, de todas elas a mais importante, porque baliza o todo e as demais, como a tributária, como acabamos de dizer, não avança. Só que os interesses pessoais dos nossos parlamentares, o corporativismo, lamentavelmente, fala muito mais do que os interesses do País, muito mais do que o interesse do povo brasileiro, isso é lamentável, mas é fato. A grande esperança é que nas eleições de 2014 o Congresso renovará, como é sabido, um terço da Casa. Com essas movimentações do povo brasileiro eu acredito que o quadro vai começar a mudar. Essa é a minha grande esperança e aí essas reformas sim poderão acontecer. Com pessoas novas, com interesse maior pela coletividade, pelo País e não pelos interesses próprios.

Porque o sr. resolveu trocar o PSDB pelo Pros e o que espera dessa mudança?

Partido político é denominado como agremiação, de todos os filiados, é assim que os estatutos de todos os partidos se encontram, mas eu pude perceber e vivi na pele que a realidade é outra. Os partidos no Brasil não são agremiações, eles têm dono. Então respondendo a vossa pergunta, aqui no Estado, por exemplo, mesmo como senador eu nunca tive oportunidade de ter nem um segundo de televisão. E mais, quem determina quem vai sair candidatos ou não, são os donos do partido. Isso eu posso dizer que é quase regra geral no Brasil, e prova disso está aí a insatisfação. Com a criação do Pros e do partido Solidariedade, 52 deputados saíram dos seus partidos. Agora no Pros eu quero dizer que é diferente, nós não somos dono, o Partido Republicano da Ordem Social é uma agremiação e aqui cada um tem voz.

Como ficou partido no Tocantins?

Estou muito feliz, muito feliz mesmo. Primeiro porque sou um principiante na política, sou empresário, acabei de chegar. Agregar forças não é fácil, principalmente quando se quer agregar forças limpas, pessoas de bem, pessoas que estão preocupadas com o Estado do Tocantins, preocupadas com o povo. Trazer essas forças para perto é muito difícil porque, primeiro, são poucas; segundo, o dinheiro público fala mais alto, então é lamentável. Mas eu estou muito feliz, ratifico a minha felicidade porque está ao meu lado esse brilhante deputado estadual, Sargento Aragão, moço dinâmico, batalhador, que todos conhecem, que sempre defende, denuncia e cobra do Executivo. E também o deputado Eli Borges, cuja história por si só já fala pela biografia dele. São vários mandatos, homem sempre fino, honesto, correto em suas decisões. Os vereadores que conseguimos aqui, o jovem Júnior Geo, moço é brilhante. Eu acompanho o trabalho dele e sei que tem um futuro extraordinário. O País e o Tocantins em especial precisam de pessoas como esse moço que acabou de chegar à política. O Eltinho do Nordeste, o Claudemir Portugal, o Joel Borges e outros.

O partido ganhou representatividade em Palmas, conta com uma das maiores bancadas na Câmara. Qual é a meta para 2014?

Mudar o que está aí há longa data. É impossível, é inadmissível que em 2014 tenhamos duas opções, ou dois partidos disputando: o A e B. E você percebe que o partido A é igual ao partido B, que o concorrente do A é igual ao concorrente do B e o povo não tem opção. Então, espero que em 2014 apareçam diversos nomes de pessoas sérias, que tenham compromisso com esse Estado, e que queiram fazer diferente. A nossa grande expectativa é que em 2014, nós, através do Pros, mudemos esse quadro que se instalou ao longo dos anos, não a favor do Tocantins, não a favor do povo, e sim em benefício de uma minoria pequena.

O partido terá candidato próprio ao governo em 2014? Quais são os nomes? O sr. se inclui entre os pretendentes?

O Pros, se Deus permitir, terá sim candidato próprio e eu me incluo porque não dá pra ficar de braços cruzados vendo a banda passar sem manifestar. Eu não tenho interesse em poder, em fama, em dinheiro público e acho que todo mundo sabe disso, principalmente o nosso querido Estado, mas com o poder na mão, se por ventura me for conferido, a favor do bem das pessoas, quando usado honestamente, que é o nosso propósito, nosso interesse, faremos muita coisa. E virão outros nomes para o nosso grupo. O próprio Mário Lúcio Avelar, o procurador, eu acredito na vinda dele para o nosso grupo, trata-se de um amigo e nessa caminhada nós podemos ver. Eu não tenho a princípio interesse no Senado Federal, o meu interesse é que mude esse quadro. Então, se o Mário Lúcio (quiser vir), eu poderia até ajudá-lo. Mas eu sou um pré-candidato, sim.

O Pros no Tocantins é governo, oposição ou é independente?

O Pros no Tocantins é literalmente oposição, deixo isso muito claro. Não oposição tão somente ao governo atual, a este governo que aí está, mas oposição também a esta classe política que está acabando com o Estado ao longo dos anos.

O Pros tem um grande desafio pela frente, é novo e comandado por lideranças novas. O que o sr. pretende fazer para se tornar conhecido e levar o partido a ter êxito nas eleições de 2014?

Da forma que nós trabalhamos para trazer as pessoas para o partido, procurando essas pessoas de bem que têm compromisso com o Estado, da mesma forma vamos fazer com as nossas coligações. Temos vários partidos interessantes e temos muito carinho por eles, pelo ideal, pelo perfil do partido. No caso, por exemplo, o PV, um partido ao qual eu tenho um carinho muito grande, o Marcelo Lelis é meu amigo de longa data. O PTdoB, o PSC, o próprio PSol e outros. Ao longo do tempo vamos procurá-los e ver se conseguimos alinhar o nosso pensamento. Quanto ao meu nome, o grupo Araguaia é muito conhecido no Estado. Quando se fala do Consórcio Araguaia, da Construtora Araguaia, é conhecido. O Consórcio Araguaia tem praticamente 28 mil bens entregues nos 139 municípios, já é um nome bastante conhecido, assim como eu na condição de presidente do grupo. E até julho do ano que vem que quero visitar cada município pelo menos três vezes. Conheço todos os prefeitos, temos bom relacionamento, como parlamentar na medida do possível eu consegui verba para diversos municípios e quero ir, falar com os prefeitos, com o vereadores, quero visitar as pessoas de cada cidade, quero fazer palestras no campo universitário, falando de economia, como empresário, sobre a reforma política, como político, sobe cidadania. Enfim, vamos começar essas palestras pelo Estado.

Qual é o grande desafio da gestão pública que não consegue atender as demandas da sociedade?

Eu sou empresário há 30 anos. Um dos grandes problemas que temos hoje no Brasil não é só a corrupção. A má gestão é pior do que a corrupção, e a ONU disse há poucos dias, numa pesquisa, que em 2012 a corrupção e a má gestão atingiram a cifra de 200 bilhões de reais, ou seja, com a metade desses bilhões se resolveria problemas da saúde, da educação, da segurança, da infraestrutura, do saneamento básico. Pois bem, eu administro negócios em vários segmentos da nossa economia há quase 30 anos, e posso dizer que para administrar tem que ter competência, mas não tem segredo. Então eu fico estarrecido e minha indignação vem de ver o Tocantins, tão rico em água, em extensão, com terras férteis, com subsolo riquíssimo, o turismo pronto para ser explorado, estamos no centro do nosso País, e infelizmente só consegue sobreviver porque está pendurado no FPE, que hoje representa 62% da arrecadação do Estado. O que temos de fazer com toda essa potencialidade, essa riqueza do Estado? Temos que ter competência, primeiro, administrar bem o que nós já temos, não dá para fazer disso aqui um cabide de emprego, não dá. Recentemente vimos que 50% da arrecadação está comprometida com folha de pagamento, um verdadeiro cabide de emprego, começa por aí. Temos que enxugar a máquina imediatamente. Esse é um ponto principal. Segundo, qualificar a mão de obra que temos, não é difícil, por isso que briguei o tempo inteiro com o Sistema S, porque é uma atribuição deles e eles têm dinheiro para tal. Vamos cobrar muito deles isso, eles não vão poder cobrar, eles não devem e não vão poder cobrar por cursos oferecidos porque já recebem. Qualificar a nossa mão de obra, melhorar a nossa infraestrutura, não consigo entender porque até hoje essa Ferrovia (Norte-Sul) tão importante para o Estado e para o país não foi concluída, isso é falta de vontade política. Então eu concluo dizendo o seguinte, para você administrar um Estado como o nosso, com todas essas potencialidades, é necessário competência, honestidade, porque é sabido que a corrupção campeia os quatro cantos desse Estado, e não dá mais. Você vê uma senhora morrer no hospital com 32 anos de idade porque não tinha um antibiótico, não dá para aceitar isso. Então tem que administrar com competência, com honestidade, com respeito ao próximo e com respeito à coisa pública e ao dinheiro público, não tem segredo, a regra é muito simples.

A propósito das comemorações dos 25 anos do Tocantins, o que o Estado precisa fazer para se tornar referência para o País e justificar a sua criação?

Nasci na divisa de Goiás com o Tocantins, mas fui criado até aos 11 anos de idade no interior de Goiás, hoje Tocantins. Meu pai era meeiro nessa região. Muitas dificuldades, eu fui sentar numa cadeirinha de escola e botar uma chinelo no pé aos 11 anos de idade. Vejo hoje o que o nosso Estado é rico, mas lamentavelmente esses gestores não fizeram o dever de casa como deveriam. Este Estado hoje nos seus 25 anos de existência deveria estar num outro patamar. Gostaria que estivesse no 15º lugar da federação. Lamentavelmente, estamos pendurados no FPE, e isso muito me preocupa. Por que se algum dia esse FPE deixar de existir acaba o Estado. Não vejo nem como desafio diante de todas as riquezas e potencialidades desse Estado. Não vejo como desafio, mas com muita facilidade, basta fazer o dever de casa e buscar o empresário. Primeiro respeitar e valorizar os nossos empresários locais, e buscar empresários e colocar aqui dentro, porque são eles a força motriz de uma nação, de uma região, de um município, de um Estado. O empresário é que dá emprego, distribui renda e paga impostos. É aí que vamos trabalhar, mas para isso nós temos que fazer o dever de casa e dar condições para esses empresários. Mão de obra, infraestrutura, saneamento básico, energia elétrica, isso é necessário e nós vamos fazer. Nós temos tudo para fazer.

O sr. tem um histórico de vida interessante como pré-candidato ao governo do Estado. Filho de meeiro que venceu na vida pelo trabalho e competência. Que paralelo traça do seu perfil com o do gestor que será eleito nas próximas eleições?

Minha história profissional me credencia sim como administrador de uma empresa de consórcios, que não é fácil administrar, que tem semelhança a uma instituição financeira, da construção civil e em tantos outros segmentos que atuamos. Graças a Deus, muito bem-sucedido em tudo que fizemos até hoje. Então me vejo sim em condições. Uma coisa que me preocupa muito nesse país é que os políticos de repente acham que têm voto e querem ser governador, ou prefeito. Mas espera aí, primeiro tem que saber se tem competência para tal.

O que o levou a romper com o governo e deixar o PSDB?

Até setembro de 2009 eu não falava com políticos. Olha só que tolice a minha, que absurdo. Como empresário eu tinha aversão a político. Mas vi que não dava pra continuar com os braços cruzados vendo a banda passar. Além de dar empregos e pagar impostos eu sentia que tinha que fazer mais. Eu não conhecia o mundo político, o que eu sabia era que o governador Siqueira Campos foi um dos precursores da criação deste Estado e diante do quadro que eu via como empresário, um governador sendo cassado, outro dizendo que a economia estava totalmente desvairada, resolvi procurar Siqueira Campos, a quem eu não conhecia pessoalmente, me propus a ajudá-lo a voltar ao governo para ver se mudava esse quadro. Acreditava que ele, com toda sabedoria, com toda história, se voltasse ao governo do Tocantins, poderia mudar esse quadro. Foi assim que o ajudei e ele me colocou no PSDB, eu nunca tinha sido filiado a partido nenhum, ele me filiou e aí começamos a nossa caminhada. Mas logo após eu sofri algumas decepções e até me afastei da campanha. Posteriormente à vitória dele, em janeiro, quando da montagem da equipe de Siqueira Campos — que ganhou sem favores, o único favor que tinha era o meu, que não queria nada em troca, eu só queria que ele tomasse conta desse Estado e como ele mesmo me disse “cuidar do meu povo”, era tudo que eu queria —, vi que a coisa não iria funcionar, que o governador ia ter muitas dificuldades para administrar este Estado. E não deu outra. Nessa época mesmo, em fevereiro de 2011, eu me afastei literalmente de Siqueira Campos, dois meses após o governador assumir eu me afastei e nunca pedi um favor a ele, não tenho um emprego no governo. E o governador por ser grato a mim, até chegou a oferecer no início do governo, mas eu disse que não tinha interesse algum. O meu relacionamento com Siqueira Campos, a minha intenção maior era só voltar ao governo e acreditava que ele fosse fazer o melhor governo de toda história, mas lamentavelmente não foi isso que eu vi.

Não teme a pecha de traidor?

Não, não. O governador Siqueira Campos jamais me traiu e muito menos eu, ele sabe disso. Como ser humano o admiro e respeito muito, até porque devemos de ofício respeitar a história desse homem. Eu o respeito e tenho certeza que ele também deve ter gratidão e respeito por mim. Lamentavelmente o que nós pensávamos juntos na campanha não aconteceu, que foi alavancar a economia do Estado e fazer o bem ao nosso povo. Lamentavelmente isso não aconteceu. Eu lamento muito.

O sr. tem explicação para esse desastre administrativo?

Sim. O governador me disse que o sonho dele era que o filho Eduardo lhe sucedesse em 2014. Eu o entendo perfeitamente. Ele deixou o filho mais a frente do governo e, lamentavelmente, o filho não fez o dever de casa, não tocou o Estado, não administrou com responsabilidade, com sabedoria. Foi o agravante maior do desastre da administração Siqueira Campos.(em entrevista ao Jornal Opção)

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