Guerrilheiras - Foto: Elisa Mendes
Guerrilheiras – Foto: Elisa Mendes

A história de doze mulheres que lutaram e morreram em um dos mais importantes e violentos conflitos armados da ditadura civil militar brasileira, a Guerrilha do Araguaia, é contada no espetáculo ‘Guerrilheiras ou Para a Terra não há desaparecidos’. A peça chega a uma das regiões que sofreu com o conflito, a cidade de Xambioá, no extremo norte do Tocantins nesta quinta-feira, 08. Com apresentação gratuita, o espetáculo será apresentado no Anfiteatro na Alameda Thiago Dias no centro da cidade, às 20h.

Na época a região foi escolhida por ser isolada e marcada por conflitos de terra. Os guerrilheiros chegaram aos poucos nas vilas ao redor de Xambioá e Marabá (PA) com a intenção de mobilizar os camponeses para derrubar a ditadura.

O espetáculo é a primeira etapa do Projeto Margens, sobre rios, buiúnas e vagalumes. O projeto de pesquisa, idealizado, pela atriz e pesquisadora Gabriela Carneiro da Cunha, é uma série de trabalhos em artes integradas criadas a partir do testemunho de rios brasileiros que vivem uma experiência de catástrofe desde a perspectiva do próprio rio.

Guerrilheiras – Foto: Elisa Mendes

A Guerrilha do Araguaia ocorrida entre os estados do Pará e Tocantins, na floresta amazônica, entre abril de 1972 e janeiro de 1975, reuniu cerca de 70 pessoas, entre elas 17 mulheres, que saíram de diversas cidades do país para participar do movimento que pretendia derrubar a ditadura e tomar o poder cercando a cidade pelo campo.

Por meio de um diálogo entre a ficção e o documentário, ‘Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos’ é um poema cênico criado a partir da história dessas mulheres, de sua luta e das memórias do que elas viveram e deixaram naquela região. A peça também busca iluminar esse importante episódio da história do país ainda tão nebuloso. “Certas coisas devem ser feitas: manter a chama acesa, relembrar e iluminar a história das lutas e dos lutadores, com todas as contradições que cada luta carrega”, destaca a diretora Georgette Fadel.

Apoio

A circulação do espetáculo é viabilizada pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Distribuidora de Cultura pelos estados do Pará e Tocantins, além das apresentações em Goiânia e Brasília.

O programa é uma seleção pública que tem como objetivo contemplar projetos de circulação de peças teatrais não inéditas, em parceria com o Ministério da Cultura. No último edital foram investidos R$15 milhões. Ao todo, foram escolhidos 57 espetáculos, representantes de todas as regiões do País, com apresentações em todos os estados.

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