E o tão esperado dia 16/08 chegou.
O dia “D” das manifestações pró-impeachment da Presidenta Dilma.
Resultado: Um fiasco.
Cobertura total do principal veículo de comunicação do país, durante todo o dia, flashes ao vivo, convocação velada, entusiasmo midiático, Etc. Etc…
Mas mesmo assim as manifestações não “pegam liga”
Por quê?
Os que vociferam e bradam por aí uma derrubada de governo, não conseguem entender.
Vou, dentro de minhas limitações e ponto de vista, tentar explicar.
Repito pra que fique claro:
Ponto de vista.
Isso é mais uma pauta do que um fato.
Vamos lá!
Que há um dissabor generalizado com o governo, isso ninguém tem a menor dúvida.
Os indicadores estão aí para não me deixar mentir.
Estouram a cada nova manchete panfletária: Escândalos de corrupção, operação Lava-jato, líderes do partido do governo sendo presos às claras, crise econômica.
Enfim, estamos todos cansados de ver.
Mas e aí?
Vou começar te fazendo uma pergunta simples:
O brasileiro é patriota?
Não. Não é.
A maioria não sabe se quer o hino nacional.
Não existe esse sentimento.
Só se tremula a bandeira verde e amarela em épocas de copa do mundo.
Depois dos 7 a 1 duvido muito que o orgulho da seleção canarinho ainda seja o mesmo.
Mas enfim, isso é pauta pra outro texto.
Pois bem, diferentemente dos nossos vizinhos latino americanos, que hablan castellano, muito por conta, óbvio, de um problema histórico, de mentalidade colonizada, o brasileiro é diferente não só no idioma.
Aqui se cultua a bandeira estadunidense estampada nas camisas da nossa nada promissora e apolítica juventude.
Que vai às ruas pedir intervenção militar sem ter noção do que seja uma ditadura.
Então, caro leitor ávido pela derrubada da Presidenta, vestir-se de camisa da seleção Brasileira e ir às ruas com dança coreografada é idiotice.
A reivindicação. O grito por mudança. A manifestação é válida, na verdade é super válida.
Exercício democrático de fato.
Mas francamente, o cunho dessas manifestações está mais pra carnavalesco do que político.
E por falar em “Cunho” vi um cartaz, durante as manifestações, não me recordo exatamente onde, dizendo assim: “Somos uma multidão de Cunhas”
Eduardo Cunha sendo exaltado.
Até agora eu não acreditei que li um troço desses.
Hilário!
Quando a gente acha que já viu tudo.
Isso é por que não vou citar uns cartazes pitorescos do tipo:
“Volta Sarney”
“Deveriam ter enforcado todos em 64”
“Abaixo o comunismo”
“SOS forças armadas. Intervenção militar já”
E outras bizarrices que não me recordo no momento.
Pra não citar um sujeito fantasiado de Batman discursando em um trio elétrico.
Contra quem?
O Coringa?
São por essas e por outras é que a oposição ao governo, que não se reinventa, que não se articula, que não diz nada com nada, continua na mesma.
Tenho críticas ácidas ao governo, várias!
Mas tento fazê-las com propriedade e discurso.
A linha de raciocínio de quem pede impeachment por pedir.
De sair por sair.
Não convence nem a eles mesmos.
É ódio.
E ódio é burrice.
Como diria a Socióloga Ângela Alonso:
“Sem vínculos com o sistema representativo, sem projeto de poder para o dia seguinte, o protesto pode até ser gigante, mas tende a ser estéril. Deste lazer cívico resultarão apenas selfies para o facebook.
Foi sim uma grande manifestação.
Mas um monte de nada.
Marcos Milhomens é Publicitário e Assessor de Integração Social da Secretaria Municipal de Integração Social e Defesa do Consumidor