Exhausted African American employee working on project

O público jovem tem sido um dos mais afetados pela recente pandemia da Covid-19. Seja pela crise econômica, por meio do desemprego, seja pela ansiedade em relação ao futuro. Cenário que tem se agravado com situações de insegurança como a instalada pela recente decisão de um juiz da Capital, que suspendeu a Lei estadual 3.682, que reduzia os valores de mensalidades nas instituições de ensino particular no Tocantins.

Presidente da Liga Universitária do Tocantins, Nilson Grimm, destaca que a decisão afeta mais de 370 mil estudantes de escolas e universidades particulares no Estado e cobra mais transparência das instituições. “Sabemos que este é um momento difícil para todos os setores da sociedade, mas não basta dizer que não tem como baixar o preço. Se o modelo adotado agora é de aula online, as universidades e escolas tem que abrir suas contas e mostrar os custos reais com essa nova estrutura, que não é a mesma do modelo presencial”, destaca.

Grimm destaca que muito desse custo tem sido repassado aos estudantes que, além de organização e disciplina, precisam ter uma estrutura mínima de internet e conforto para assistir as aulas em casa. “De outra forma, que rendimento essas aulas representam? Esses estudantes pagam um valor alto pelas aulas e agora ainda tem que custear internet, energia, e uma estrutura mínima de homeoffice”, aponta.

Além disso, Nilson Grimm ainda destaca que se a decisão não for repensada para encontrar um caminho que seja bom para estudantes e instituições, o panorama é de que muitos jovens abandonem o ensino superior e até o ensino médio nos próximos meses.

Pesquisa recente realizada pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e outras instituições parceiras, que ouviu mais de 33 mil jovens de todas as regiões do país, apontou que 30% dos jovens afirmaram ter pensado em abandonar os estudos quando a pandemia passar. “Na pesquisa, entre os que trabalham, quatro em cada 10 indicam ter diminuído ou perdido a sua renda. E cinco em cada dez jovens lidam com a perda de renda de suas famílias”, destaca o líder estudantil.

No ensino médio, a nona edição do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020, lançado no mês passado apontou que a renda familiar de um jovem impacta severamente nas suas chances de concluir a Educação Básica. De acordo com a publicação, enquanto 87,9% dos jovens de 19 anos pertencentes aos domicílios mais ricos haviam completado o Ensino Médio em 2019, essa proporção foi de apenas 51,2% entre os mais pobres.

Para o líder jovem, “esta é uma questão preocupante, que afeta diretamente o futuro de milhares de jovens tocantinenses e que deve ser debatida por todos os setores da sociedade”, conclui.

Entenda

A 1ª Vara da Fazenda Pública de Palmas, concedeu liminar ao Sindicato dos Estabelecimento de Ensino do Tocantins (Sinepe) e derrubou a aplicação da lei estadual 3.682, que reduz as mensalidades nas instituições privadas, , durante a pandemia de Covid19, para todos os 770 estabelecimentos filiados ao sindicato nos 139 municípios do Tocantins.

A Lei, publicada em 19 de junho, reduzia as mensalidades em percentuais de 10% para o ensino fundamental, 15% para o ensino médio e 40% para o ensino superior de instituições particulares. 

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