Não há absolutamente nada de mais inspirador, em tempos de crise, do que a canção “Alucinação” do poeta mais espontâneo e cotidiano da música latino-americana, o nosso querido Belchior.
“Não estou interessado em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia, nem no algo mais…”
“A minha alucinação é suportar o dia-a-dia. E meu delírio é a experiência com coisas reais”
Vivemos um momento muito delicado da nossa democracia. Há a possibilidade real de um retrocesso histórico. E francamente dói muito pensar nisso.
Não pela minha juventude e pressa de viver, mas pelas gerações que virão e o futuro tenebroso que as esperam.
Paira, por parte importante da nossa juventude, certo descompromisso com a atual conjuntura política nacional. Vejo até certo descaso.
Desinteresse que custará muito caro.
Defender a democracia em abstrato é muito cômodo. Não vejo ninguém fazer o que precisa ser feito.
Vão entregar de bandeja.
Em 64 um dia durou 21 anos.
E agora, vai durar quanto?
“Um preto, um pobre, uma estudante, uma mulher sozinha, blue jeans e motocicletas. Pessoas cinzas normais. Garotas dentro da noite, Revólver: cheira cachorro. Os humilhados do parque com os seus jornais”
Deixando a profundidade de lado, a questão não é encontrar a luz no fim do túnel. É encontra o túnel primeiro.
Eu ainda acredito.
“Amar e mudar as coisas me interessa mais”
Marcos Milhomens
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