Divulgação/Sinpol
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Agentes da inteligência da Polícia Civil e do Sistema Penitenciário descobriram que presos condenados do pavilhão B da Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP) cavavam um túnel imenso e pretendia fugir até o final de semana. Mesmo em greve, os policiais civis avisaram, na quarta-feira, 4 de março, o governo do Estado da situação e possibilitaram que a Polícia Militar realizasse, na manhã desta quinta-feira, 5 de março, uma operação no presídio para que fosse desarticulado o plano dos detentos. Os PMs, inclusive, receberam orientações dos policiais civis.

O pavilhão B da CPPP concentra grupo de condenados mais perigosos do Estado, com detentos ligados a facções criminosas fortes no Brasil, como o Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital. Nas paredes das celas e do corredor, há dezenas de pichações, desenhos e até letras bem desenhadas com os símbolos das duas facções. Para cavar o túnel, os detentos já tinham removido mais de oito metros de terra e o buraco alcançava um dos muros.

Na ação da PM, houve um pouco de resistência dos presos, que logo foi controlada. No local, foram encontrados vários objetos perfurantes (chuchos, facas artesanais), carregadores de celular e alguns telefones. “Desde que iniciamos o nosso movimento, garantimos que faríamos uma greve responsável. Manteríamos os serviços essenciais. Jamais permitiríamos uma fuga de mais de 200 presos perigosos, como poderia ocorrer nesse túnel”, destacou o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins), Moisemar Marinho.

A greve é um movimento para protestar contra decreto do governador Marcelo Miranda que suspendeu os efeitos financeiros da lei 2.851/2014. Resultado de mais oito anos de negociação e luta da categoria junto ao governo do Estado, a lei faz o alinhamento das carreiras dos policiais civis de nível médio aos de nível superior, deixando apenas um nível na corporação.

O alinhamento das carreiras foi feito em 2007 pelo próprio governador Marcelo Miranda na sua penúltima gestão, mas a regulamentação e a aplicação efetiva dessa paridade se arrastou por todos os governos nos últimos oito anos. Somente em abril de 2014 os policiais conseguiram obter a regulamentação do alinhamento, com efeitos financeiros que começariam em janeiro de 2015.

Levantamento feito pelo Sinpol mostra que o impacto financeiro para o cumprimento da lei em 2015 não é grande e representa apenas 1 % da folha de pagamento do Executivo Estadual. A lei beneficia cerca de 1,3 mil policiais civis de todo o Tocantins. Além disso, o valor mensal prevista para pagar o alinhamento em 2015 corresponde apenas 21% do que governo vai gastar com os cargos comissionados do Executivo Estadual.

Quantidade de terra que presos conseguiram tirar da CPPP p ara cabar o túnel
Quantidade de terra que presos conseguiram tirar da CPPP p ara cabar o túnel

 

Pichação de facção criminosa
Pichação de facção criminosa
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