Um grupo suspeito de fazer ‘tribunal do crime’ para aplicar pena de morte em Paraíso do Tocantins foi indiciado pela Polícia Civil. Segundo as investigações, oito suspeitos teriam torturado e baleado um homem em setembro do ano passado, durante uma espécie de julgamento. A vítima, mesmo ferida, conseguiu fugir e relatou à polícia como eram praticados os crimes.
O inquérito da Polícia Civil foi concluído nesta segunda-feira (30). Ao todo, oito pessoas foram indiciadas pelo crime de tentativa de homicídio duplamente qualificado por emboscada e mediante tortura. Outras nove foram indiciadas por integrar organização criminosa.
Fugiu após tortura
O delegado responsável pelas investigações, Antônio Onofre, informou que as investigações começaram em setembro do ano passado. A 6ª Delegacia de Polícia Civil foi informada sobre um homem que tinha escapado de um tribunal do crime. Ele estava sendo julgado por pertencer a uma facção rival.
O homem foi atraído por uma mulher até um local, não informado pela polícia. Lá, um grupo estava reunido para deliberar sobre a sentença de morte, chamada de decreto.
“Após ser torturado e sofrer diversas lesões pelo corpo, tentou fugir, sendo alvejado por disparos de arma de fogo. O homem ainda conseguiu escapar e esconder-se. Após ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros, passou mais de um mês internado”, disse o delegado.
Após esse caso, a Polícia Civil realizou uma operação em 19 de dezembro na cidade. Na época, policiais civis da 6ª DEIC, com apoio da Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DRACCO) e unidades da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Paraíso, deram cumprimento a dez mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva contra suspeitos de pertencer a essa facção criminosa.
Conforme as investigações, a polícia conseguiu prender quatro pessoas, sendo dois homens presos em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, e um por tráfico de drogas.