A chuva continua nesta quinta-feira (6) na região do Bico do Papagaio, no norte do Tocantins. Há mais de uma semana a região vem sendo afetada. Em algumas cidades o nível do rio Tocantins continua subindo e existem pessoas que resistem a deixar suas casas. Em uma comunidade entre Sampaio e Carrasco Bonito, por exemplo, em torno de seis famílias não saíram e estão ilhadas.

A chuva continua na região do Bico do Papagaio nesta quinta (6); a região enfrenta chuvas diárias deste o dia tal”

O número de pessoas impactadas continua a crescer. Nesta quarta-feira (5), quando o governo do Tocantins decretou situação de emergência, eram 275 desabrigados e 236 desalojados de acordo com a Defesa Civil Estadual. Nesta quinta-feira (6) os números subiram para 328 e 416, respectivamente.

Na cidade de Praia norte os barcos com objetos pessoais e móveis de ribeirinhos não param de chegar aos abrigos. Alguns também tentam salvar um pouco da lavoura. “Tô tirando o milho né, tá dentro d’água já quebrando, pra ver se recupera algum [sic]. Se deixar muitos dias perde tudo”, comentou o lavrador Francisco Josenildo Gomes.

Os ribeirinhos que foram para a cidade fugindo da enchente também deixaram para trás muitos animais, mas acabam voltando na área alagada para verificar se os bichos estão vivos.

Em São Miguel do Tocantins, na divisa com o Maranhão, a enchente segue há quase uma semana pelas ruas da cidade. A água baixou um pouco e na parede das casas ficou a marca de onde o alagamento chegou.

Em uma escola da cidade as equipes de assistência social acompanham de perto as famílias. Na tarde desta quarta (5) chegaram caixas de remédios enviadas pela Secretaria Estadual de Saúde, pois além das enchentes a cidade vive uma alta de casos de gripe.

Trinta e seis municípios estão sendo monitorados e mais de mil pessoas precisaram sair das áreas de risco, segundo a Defesa Civil.

O José Ferreira está há três dias sem luz e com a casa tomada pela água. “Estou comprando vela para poder alumiar e não dormir no escuro. A gente apela para Deus que as coisas melhorem”, disse o pedreiro.

Na parte baixa da cidade, muitas ruas ainda estão alagadas. Situação que é acompanhada de perto pelos moradores, que têm pressa pra reconstruir suas vidas. “Muita água. Está indo embora devagarzinho para o rio. Ali em casa, graças a Deus está indo, mas tem vários pontos bastante alagados”, disse a dona de casa Viviane Alves Araújo Pereira. (Com: G1)

Comentários do Facebook
Artigo anteriorBandido com vasta ficha criminal atacava e espancava vítimas em Araguaína para roubar
Próximo artigoHabeas corpus de desembargador do Tocantins aposentado compulsoriamente por venda de decisões vai para o STF