Cerca de dez toneladas de medicamentos, produtos e insumos hospitalares serão incinerados pelo Governo do Tocantins. O material, adquirido nos últimos quatro anos pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesau), está comprometido devido ao mau armazenamento, por estarem contaminados e, em alguns casos, fora do prazo de validade.

O diagnóstico está sendo realizado por uma equipe composta por representantes de instituições de fiscalização e controle e de técnicos da secretaria, responsáveis pelo trabalho logístico de aquisição, controle e distribuição daqueles produtos. Durante a vistoria, muitos produtos já foram identificados como inservíveis devido ao armazenamento externo, incomum a todos os padrões organizacionais. A equipe localizou também um lote de antibióticos que, mesmo com a demanda do medicamento em todo o Estado, seriam necessários cerca de 15 anos para a total utilização dos estoques.

Segundo o secretário da Saúde, Samuel Bonilha, a Sesau ainda não detalhou o real prejuízo financeiro aos cofres públicos. Entretanto, durante vistoria da equipe, foram identificados que cerca de R$ 85 mil gastos na compra de medicamentos utilizados no tratamento do câncer e no acompanhamento de pacientes transplantados que estão inutilizados devido ao mau armazenamento.

De acordo com o secretário, serão necessários cerca de três meses para a identificação, organização, controle e gestão do estoque de produtos adquiridos pela Sesau, além dos prejuízos aos cofres públicos devido à má conservação dos insumos que se contaminaram por estarem em contato com a poeira, a luz solar, em condições inadequadas de temperatura, entre outros. O secretário informou ainda que o governo anterior adquiriu um sistema eletrônico capaz de gerir o controle de atendimentos ao público em procedimentos hospitalares como cirurgias e internações, tendo como base as informações cadastradas no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Cartão SUS. Com um gasto de R$ 9 milhões para a aquisição da licença de utilização, o sistema nunca foi usado. “Inclusive a gestão dos produtos e a necessidade de produtos dos demais municípios poderiam ser facilmente administrados com a utilização deste programa”, ressaltou.

Ainda segundo o secretário, as instalações físicas do depósito, apesar da necessidade de passar por reformas e melhorias, deverão continuar. “Vamos estar atentos às necessidades do estoque e só comprar quando houver necessidade”, argumentou. Bonilha ressaltou ainda que uma equipe da Vigilância Estadual de Saúde deverá emitir um relatório final das condições dos produtos e a partir de então, novas aquisições deverão ser realizadas. Sobre a utilização dos medicamentos ainda no prazo de validade, o secretário informou que equipes médicas da rede estadual estão sendo convidadas a visitar as instalações do depósito para que sejam identificados medicamentos que poderão ser aproveitados. “Estaremos atentos até mesmo à prescrição médica para que todos estes medicamentos sejam consumidos no prazo certo”, afirmou. (Ascom)

Comentários do Facebook
Artigo anteriorBoca de fumo é estourada pela polícia em Araguatins, casal foi preso
Próximo artigoSindicatos e Centrais Sindicais reivindicam pagamento da folha de dezembro