Outros dez casos de microcefalia foram diagnosticados no Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas. Agora, a equipe técnica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) trabalha na avaliação de 22 casos. Todos os registros estão sob monitoramento e avaliação para confirmação da possível relação entre os casos e o vírus zika.

Para acompanhamento desses bebês e para garantir que novos casos recebam a atenção necessária, a Sesau está reforçando as orientações aos municípios e unidades hospitalares para que realizem as notificações de casos compatíveis e reforcem as atividades de campo para prevenção e controle da população do mosquito Aedes aegypti, vetor transmissor da dengue, da zika e da febre de chikungunya.

“Nós estamos conclamando a população para a luta contra esse mosquito. São ações simples que cada um pode fazer dentro de casa e que podem ajudar a mudar esse quadro de crise que o Brasil está passando nesse momento. Gestores, profissionais de saúde e população em geral têm que dar as mãos e lutar unidos”, disse o secretário de Estado da Saúde, Samuel Bonilha.

Com relação aos atendimentos de bebês com quadro de microcefalia, o secretário esclarece que a assistência está garantida. “A assistência a esses bebês não só em Palmas será reforçada, como em todos os nossos maiores hospitais, onde as mães e as crianças terão todo o amparo necessário”, garantiu o secretário.

Zika

No Tocantins, seis casos de zika foram confirmados, sendo os pacientes residentes em Palmas (4), Araguaína (1) e Colinas do Tocantins (1). Conforme investigação epidemiológica dos casos, os seis pacientes contraíram a infecção no Estado e não apresentaram quadro que necessitasse de internação.

Microcefalia

Com relação aos casos de microcefalia, estão sob acompanhamento crianças cujas mães são oriundas de Araguaína (5), Palmas (1), Wanderlândia (1), Goiatins (1), Darcinópolis (1), Angico (1), Piraquê (1) e Aragominas (1). Os demais casos (10) do Hospital Dona Regina ainda estão sendo notificados e identificadas as localidades em que as mães residem.

Até o momento, não há qualquer confirmação de que estes casos estejam relacionados com o zika vírus. No entanto, os bebês estão sob acompanhamento médico em razão da necessidade de confirmação da possível causa do quadro de microcefalia, cuja principal característica é o tamanho do crânio inferior ao tamanho considerado normal, que habitualmente é superior a  33 cm.

Saiba mais

O que é a microcefalia?

A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma má-formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês  nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a  33 cm.

Quais as causas desta condição?

Essa má-formação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

O que é o vírus zika?

O vírus zika é um arbovírus (grande família de vírus), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti.

A microcefalia pode levar a óbito ou deixar sequelas?

Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.

Como é feito o diagnóstico?

Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. Por isso, é importante que os profissionais de saúde fiquem sensíveis para notificar os casos de microcefalia no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).

É possível detectar a microcefalia no pré-natal? Apenas a ultrassonografia é suficiente?

Sim. No entanto, somente o médico que está acompanhando a grávida poderá indicar o método de imagem mais adequado.

Qual o tratamento para a microcefalia?  

Não há tratamento específico para a microcefalia. Existem ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança, e este acompanhamento é preconizado pelo Sistema Único da Saúde (SUS). Como cada criança desenvolve complicações diferentes – entre elas respiratórias, neurológicas e motoras – o acompanhamento por diferentes especialistas vai depender de suas funções que ficarem comprometidas.

Estão disponíveis serviços de atenção básica, serviços especializados de reabilitação, os serviços de exame e diagnóstico e  serviços hospitalares, além de órteses e próteses aos casos em que se aplicar.

Com aumento de casos, neste momento, o Ministério da Saúde, decidiu elaborar, em parceria com as secretarias municipais e estaduais de saúde, um protocolo de atendimento voltado a essas crianças. Este protocolo vai servir como base de orientação aos gestores locais para que possam identificar e estabelecer os serviços de saúde de referência no tratamento dos pacientes, além de determinar o fluxo desse atendimento.

Há um tipo de microcefalia, a sinostose craniana, que não é a que está tendo aumento do número de casos, por não ser de causa infecciosa, que pode ser corrigida por meio de cirurgia. Neste caso, geralmente, as crianças precisam de acompanhamento após o primeiro ano de vida.

Qual período da gestação é mais suscetível à ação do vírus?

Pelo relato dos casos até o momento, as gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vírus zika no primeiro trimestre da gravidez. Mas o cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes aegypti é para todo o período da gestação.

Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde para as gestantes?

Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, recomenda ainda que devem relatar aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Também é importante que elas reforcem as medidas de prevenção ao mosquito Aedes aegypti, com o uso de repelentes indicados para o período de gestação, uso de roupas de manga comprida e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em casa ou no trabalho.

Independente do destino ou motivo, toda grávida deve consultar o seu médico antes de viajar.

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