As experiências vivenciadas no passado pelo estado do Mato Grosso Sul em um foco de febre aftosa encerrou as atividades do curso direcionado ao Grupo Especial de Atenção a Enfermidades Emergenciais (Gease), da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), nesta sexta-feira, 7, em Miracema do Tocantins. Durante toda a semana diversos temas foram abordados pelos palestrantes da Universidade Federal do Tocantins (UFT), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e dos estados de Rondônia e Mato Grosso do Sul, e realizadas atividades à campo.

“A capacitação foi muito produtiva porque nossos profissionais precisam estar preparados para este tipo de assistência, trouxe mais conhecimentos e fortaleceu a integração dos Estados participantes em relação as ações que são feitas no momento de uma emergência sanitária”, avaliou a vice-presidente da Adapec, Marcia Helena da Fonseca. Ainda segundo Márcia, todas as doenças vesiculares e exóticas de notificação obrigatória devem ser investigadas e necessitam de atendimento rápido e eficaz que não pode ultrapassar 12hs.

De acordo com o fiscal agropecuário da Agência de Defesa Agropecuária de Rondônia, Márcio Alex Petró, mesmo a febre aftosa não tendo ocorrência no Brasil nos últimos 10 anos, é de suma importância que os treinamentos sejam continuados, pois é uma doença de alto impacto econômico. “Pra você estar preparado para uma fase de guerra tem que estar hoje com um corpo técnico bastante treinado e capacitado para uma ação de emergência veterinária. E com a febre aftosa não podemos desleixar”, disse.

O auditor federal agropecuário do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa do estado de São Paulo, Gabriel Sanchez Torres, ressaltou a importância do Gease no serviço oficial e sua atuação nas doenças emergenciais. “Esses profissionais são responsáveis por cercar e conter o foco emergente, por isso devem estar continuamente capacitados para um momento de alta tensão, não só em relação a febre aftosa, mas qualquer doença emergencial”, destacou.

O diretor executivo da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul, Roberto Siqueira Bueno, encerrou o ciclo de palestras abordando as experiências que aquele Estado teve com o aparecimento do foco de febre aftosa, em 2005, com abordagem na coordenação de campo, erradicação do foco, ações na área perifocal com vigilância ativa, entre outros. “Quanto mais divulgarmos e dividirmos nossas experiências mais o pessoal estará preparado, espero que eles jamais precisem usar, mas nós temos de estar sempre atentos com um plano ação”, pontou.

Roberto Siqueira disse ainda que naquela época do foco foram sacrificados e abatidos 77,6 mil animais, impactando a economia do Estado com desemprego, interdição de rodovias, entre outros. “Não imaginávamos passar por isso, foi terrível, mas depois do episódio estamos mais preparados e capacitados e conscientes que o Gease tem de se reunir sempre para divulgar novidades e saber o que está ocorrendo na sanidade do Estado e do país”, finalizou.

Para a supervisora técnica da área animal da Adapec de Gurupi, Katiuscia Cordeiro Araújo, o treinamento foi uma experiência ímpar de adquirir informações com profissionais especializados, alguns vivenciaram a experiência da doença de perto. “Foi sensacional, tínhamos essa necessidade de aprendizado e minhas expectativas foram superadas”, pontuou.

A capacitação, que contou com a participação de cerca de 50 médicos veterinários e provém de recursos oriundos do convênio entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Governo do Estado. (Dinalva Martins)

 

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