A greve dos servidores do Executivo permanece como assunto inevitável na Assembleia Legislativa. Durante as discussões parlamentares da sessão vespertina desta quarta-feira, 17, deputados se pronunciaram por uma aparente unanimidade: falta ao Executivo uma posição clara aos servidores. Há dias, manifestantes e sindicalistas têm ocupado as galerias do plenário e procurado os parlamentares em busca de apoio.

Para o deputado Wanderlei Barbosa (SD), é preocupante que, enquanto o movimento grevista ganha a adesão dos servidores da Saúde, o Governo mantenha o silêncio. “Basta mostrar perspectiva de pagamento. Não se pode apenas ignorar um movimento social”, disse.

A falta de posição quanto ao pagamento ou não da reposição inflacionária dos últimos anos foi o que cobrou o deputado Zé Bonifácio (PR). O parlamentar Zé Roberto (PT) concordou e acrescentou que falta ao Governo apresentar uma proposta.

“Silêncio não é resposta”, resumiu a deputada Amália Santana (PT). “Enquanto o Governo não abrir canal ao diálogo, não vai haver saída. É preciso que o Executivo aponte um interlocutor”, sugeriu Amália, no que o deputado Elenil da Penha (PMDB) completou: “o mais difícil é não termos uma perspectiva; As pessoas acreditam no diálogo intermediado por deputados, mas só ao Executivo cabe apresentar uma proposta”.

Ricardo Ayres

Da tribuna, o deputado Ricardo Ayres (PSB) relembrou seu trabalho à frente da Comissão de Reestruturação das Carreiras Públicas que, no ano passado, se debruçou sobre o desequilíbrio das contas estaduais. Segundo Ayres, enquanto os servidores do Executivo receberam na última década apenas a reposição da inflação, ou seja, 140%, os vencimentos de algumas categorias foram reajustados em até 3.800% no mesmo período.

“Precisamos de um governador que seja o líder de uma reforma do Estado que seja uma solução verdadeira, eficaz e justa. Não adianta sentar com representantes do Governo e fingir que se alcança uma solução se não corrigirmos a origem dos problemas”, disse Ayres.

Luana Ribeiro

Também da tribuna, a deputada Luana Ribeiro (PDT) relatou reuniões nesta semana com sindicalistas e secretários de Estado e, a seguir, disse não estar convencida dos argumentos do Governo. Para Luana, gastos com mais de 14 mil funcionários comissionados e de R$ 15 milhões com agências de viagem não refletem um estado em crise financeira.

Luana lembrou ainda que as emendas parlamentares, cujo pagamento é obrigatório por lei, também não foram pagas, o que deixa a população desassistida. “A receita estadual deste ano foi superior a do ano passado”, disse a deputada em alusão à falta de motivos financeiros para o não pagamento. “A obrigação de pagar a data-base é do Executivo”, reafirmou.

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