Depois de muita espera finalmente parte dos aprovados do concurso da Polícia Civil do Tocantins, realizado ainda no ano de 2014, começaram a tomar posse na última segunda-feira, 05.

Porém, mesmo com o início da convocação dos aprovados, apenas metade dos candidatos aptos a integrarem o quadro da Segurança Pública Estadual, um total de 298 aprovados, deverá assumir de imediato as vagas. Isso significa que apenas 35 peritos, 50 delegados, 13 médicos legistas, 14 papiloscopistas, 44 agentes e 60 escrivães deverão ser nomeados inicialmente, ou seja, mais de 300 ficarão de fora.

Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Ubiratan Rebello, a posse dos aprovados não vai causar grande impacto na folha de pagamento da Segurança Pública, por isso, não há motivos do Estado não convocar o restante dos candidatos.  “Os novos policiais não são motivos de novos gastos para o Estado, porque eles estão substituindo os policiais aposentados. Então o governo poderia muito bem convocar o restante dos aprovados. Ainda há essa carência muito grande de pessoal na Segurança Pública”, afirmou.

Na expectativa de contribuir com as investigações do Tocantins, estão os 80 aprovados para o cargo de perito criminal. Destes, 64 dentro do número de vagas e 16 para cadastro reserva. Mas deste total, somente 35 vão ser convocados inicialmente, o que não supre a necessidade real da Policia Civil tocantinense.

Segundo levantamento da comissão dos aprovados baseada em dados do Portal da Transparência, para o cargo de perito, ainda que todos os aprovados fossem convocados nessa primeira chamada, a Polícia Civil ainda iria apresentar uma vacância de 18 profissionais, o que significa um déficit de 19,57% do quantitativo necessário para atender a população do Estado.

O número de delegados também apresenta defasagem no Tocantins. Segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepol), atualmente, o estado conta com 117 profissionais na ativa, o que para a entidade ainda é baixo para um Estado com 139 municípios e mais de 1,5 milhão de habitantes.

Ciente do déficit, o Governo não mencionou uma nova data para empossar os demais aprovados e essa incerteza só contribui para o aumento da frustração de quem tanto se dedicou ao concurso, e da insegurança da população que fica à mercê da criminalidade.

“Nós não estamos pedindo nenhum cargo ao Governo, só queremos exercer nossos direitos. Fizemos um concurso, nos esforçamos e fomos aprovados, agora queremos tomar posse e servir a sociedade tocantinense, que por sua vez, precisa de mais policiais atuando. Estamos pensando, também, nas famílias, nos jovens e numa sociedade mais segura. A conta é obvia, quanto menos policiais, maior a probabilidade de crimes”, desabafou Jaeferson Batista Lima, que espera ser convocado para assumir o cargo de perito criminal.

Jaeferson, que é militar do Exército, contou que morava em São Paulo quando foi realizado o concurso. No entanto, para acompanhar de perto todas as etapas do certame pediu transferência para o estado do Pará.

“Tive que mudar todo o meu estilo de vida apostando que seria chamado. Sem contar que devido à minha saída para o curso de formação tive que ficar agregado e provavelmente não serei promovido ao próximo posto junto com minha formação do Exército. De certa forma atrasei minha vida porque depositei todas as minhas expectativas em cima desse certame”, ressaltou.

Concurso

O certame, que teve como última etapa a realização da Academia de Polícia em outubro de 2016, previa o preenchimento imediato de 397 cargos e o restante para cadastro reserva.

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