O Procurador-Geral de Justiça, Clenan Renaut de Melo Pereira, recebeu nesta quinta-feira, 28, o presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev), Jacques Silva. Na ocasião, foi entregue o relatório final da sindicância interna realizada pela instituição previdenciária, que constatou investimentos em fundos sem liquidez que podem gerar um prejuízo na ordem de R$ 1,76 bilhão.

Os 13 volumes que integram o relatório também foram encaminhados às autoridades que comandam a operação Lava Jato. Segundo Jacques Silva, cinco fundos que receberam investimentos do Igeprev têm ligação com os envolvidos na operação. Um deles, o “Viaja Brasil”, era controlado pelo doleiro Alberto Youssef, personagem de destaque nas investigações sobre corrupção que ganharam repercussão nacional.

“Nunca vi algo semelhante ao que ocorreu no Igeprev nos 30 anos em que fui auditor do Tribunal de Contas da União. Já temos um prejuízo irrecuperável de R$ 263 milhões. Estamos estudando o que fazer para reaver o que pode ser recuperado”, comentou o presidente do Igeprev.

Clenan Renaut disse que o Ministério Público Estadual já possui dados e ações prontas sobre os investimentos da instituição previdenciária. “Vamos analisar com cuidado este relatório oficial, fornecido pelo Igeprev”.

Jacques Silva ainda citou que foram realizados investimentos em produtos como quartos de hotel, no valor de R$ 600 mil cada, florestas de eucalipto, prédios antigos, resorts, terrenos em outros estados, entre outros. “Por lei, só podemos investir até 25% do patrimônio do fundo, porém, temos casos de até 100%. Somente na rede de churrascarias Porcão foram investidos 40%, num total de R$ 400 mil”.

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