“O fator previdenciário é uma pilantragem, uma covardia com milhões de brasileiros que acabam recebendo uma aposentadoria reduzida depois de ter trabalhado duro e de ter contribuído para a Previdência por boa parte da vida”. A opinião é do senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO), que comemorou a aprovação do fim do fator previdenciário na noite desta quarta-feira (13) pela Câmara dos Deputados. A medida, que ainda tem que ser votada no Senado, acabou incluída pela oposição na MP 664, que restringiu o acesso à pensão por morte e foi aprovada com ampla maioria de votos.
Ataídes Oliveira argumentou que não existe justificativa para que o governo Dilma continue jogando nas costas do trabalhador brasileiro a responsabilidade pelo ajuste das contas públicas, desequilibradas exatamente pelos equívocos da política econômica adotada no primeiro mandato da presidente.
Desvios
Em vez de reduzir direitos trabalhistas e penalizar aposentados e pensionistas com a revisão de benefícios previdenciários, o governo deveria conter os próprios gastos, muitas vezes abusivos, ponderou o senador tocantinense.
No caso do setor previdenciário, ele lembrou que o próprio ministro Carlos Gabas garantiu que a previdência urbana teve um superávit de R$ 33 bilhões no ano passado. “O problema é a péssima gestão, é a quantidade de desvios e irregularidades escandalosas que fazem o dinheiro público escoar ralo abaixo”, avaliou
“De qualquer forma, a presidente Dilma fica numa sinuca de bico se for de fato aprovado o fim do fator previdenciário. Ou engole a perda de receita ou veta a medida, sob risco de jogar na lona os poucos pontos de popularidade que lhe restam”, concluiu Ataídes Oliveira.